domingo, 24 de maio de 2009

Ainda sei... ainda posso...

Já caminhei por caminhos estranhos
Houve dias que não reconheci as estradas
Já troquei passos trôpedos e me apeguei a coisas tolas
Houve dias que tive certeza que era feliz
Já estive nesta rua, com um sorriso estampado no rosto
Houve dias que acreditei nas pessoas e nos sonhos
Já passei por esta esquina, com lágrimas nos olhos
Houve dias que chorei amargamente

Já caminhei por tantos caminhos
Houve tantos que nem posso contar
Já não reconheço meus passos
Houve passos outros que não os meus?
Já não sou eu mesma, mas já não me assusta não ser
Houve um tempo em que eu temia o nada
Já lutei bravamente e venci
Houve um tempo que a vitória era importante

Já contei os dias ansiosamente
Houve dias melhores dias piores
Já não preciso mais contar as horas, os dias, as semanas
O tempo existe sem que eu precise existir
Já não passo as noites em claro esperando o alvorecer
Ele vai estar lá mesmo que meus olhos não estejam abertos para vê-lo.
Já não preciso dos grilhões do cotidiano
Houve um tempo que eu era prisioneira dos meus sonhos

Hoje libertei-me deles, de quem eu fui dos caminhos que trilhei
E mesmo que a vida me tenha quebrado as asas
Eu ainda posso, eu ainda sei como voar

Ceres Xisto

quarta-feira, 20 de maio de 2009

† ACORDES FINAIS †

Abrirei meu coração pela ultima vez.
Para dizer a vocês.
Quão bom foi compartilhar minhas alegrias.
E minhas tristezas.

Abrirei pela ultima vez meus sentimentos.
Por que quero compartilhai-vos este desejo.
Não há mais com que me preocupar.
Não há mais pessoa s para se amar.

De coração partido.
Eu me despeço.
Foi bom em quanto durou.
Para aquele que sempre te amou.

Abrirei pela ultima vez o meu amor.
Por que causas tanta dor???
Meu amor por você não acabou.
Só se dispersou.
Acredito que ira voltar.
Pois assim eu irei esperar...


Carlos Sampaio Neto

sábado, 4 de abril de 2009

Assombradas que me assombram

Eu vejo a cena,
E é grotesca em sua realidade
Por mais absurda que a realidade pareça às vezes
Acontece todos os dias
Eu tento evitar
Mas todos os dias
Os olhos da minha mente encontram-se repletos dessas imagens
Eu procuro o som, o cheiro
Que possa traduzir o sentimento
Eu derrapo nas palavras, tropeço nos verbos
Simplesmente incapaz de trazer a verdade à luz do dia
É minha verdade e só minha
Se eu esconde-La de olhos estranhos
Talvez ela se torne mentira
Talvez deixe de existir e de me atormentar
Eu correria, eu fugiria dela, se pudesse
Eu fecharia as portas
Mas como podemos nos esconder
Das verdades que vivem dentro de nós?
São páginas obscuras
São versos secretos que apenas nossos olhos podem ler
São prisioneiras e nos aprisionam
São a chave para a liberdade
Mas são caminho para sofrimento e solidão
Permeada de medos e hesitação
Eu continuo vendo
E eu vejo toda a vez que eu fecho meus olhos a noite
Eu não sei mais o que é dormir
Não sei o que é sonhar
Só imagens... Assombradas que me assombram
Contemplativamente espero
Que uma brisa amena varra de mim esses pensamentos
E eu possa voltar a ser quem um dia fui.

Ceres Xisto

quinta-feira, 12 de março de 2009

Antídoto e o Veneno

Dei conta do tempo que temos
E temos tão pouco tempo pra sermos o que somos
E somos o que queremos?
Somos o antídoto e também o veneno?

É contra atacar o espelho
É partir ao meio todos os seus desejos
É não admitir os erros e ficar cego
É não permitir entrar um único conselho

“Tarde de mais” ainda não é o fim
E temos que esgotar todas as alternativas
Se não o que vivemos não se pode chamar de vida

Por um minuto eu pude estar onde eu quis
E se você perguntar, mesmo contra vontade, dirão que sim.
Eu venci, eu perdi.
Mas estive onde eu sempre quis...

Isso é real pra mim e uma lembrança morta
A mão que abriu, fecha agora à mesma porta.
E ao vestir a mascara vai embora
E quem mutilava essa ausência já não se importa

domingo, 8 de março de 2009

sexta-feira, 6 de março de 2009

Todas as razões que eu tenho é você

Você vai olhar pra trás quando ela se for?
Vai lembrar do que ela tanto queria e você não fez?
Por que dói até as boas lembranças?
Por que será essa a primeira e a ultima chance?

Eu consigo acreditar em tudo
Mas não em tudo que eu gostaria de acreditar
Você faria algo mesmo sem tempo?
Tentaria desesperadamente secar uma lagrima que ainda não caiu?

À noite eu me cobro isolado na escuridão
Eu não faria errado se eu não fizesse
E talvez o meu maior erro fosse acreditar
Que um dia fui capaz de fazer alguma coisa pra ajudar

Não, eu não posso deixar isso terminar assim.
Esse tempo insuficiente vai me servir
Antes tê-lo e apelar
Do que cair com a espada ainda pra embainhar

Eu fecho os olhos e peço que acredite em mim
A certeza não está ao meu lado
Todas as razões que eu tenho é você
Por que toda a minha esperança está Nele

Eu evito pensar no melhor
Tento não me descontrolar...
É difícil dizer que tudo vai acabar bem pra sempre
Por que era sempre você quem me dizia

“Que não havia diferença
E todos um dia vamos nos reencontrar”
“Que não seria fácil...
Quando for a hora de nos separar”

Mas até que a ultima palavra seja dada
Está aqui o meu maior apelo
Gravar em memória o maior dia da minha vida
O dia em que meu rosto implora por seu beijo...

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Cirurgia

Eu não posso continuar,
Sendo como eu sou,
Agindo como eu ajo,
Fazendo o que eu faço.
Eu não posso continuar

Eu não consigo segurar os ponteiros
E em meia hora as coisas voam
Eu jurei me conter
Mas os pedaços são pequenos de mais
Não da pra entender

Todos aqueles que nos compraram agora vendem
Copias baratas daquele sentimento estranho
E não poderemos impedi-los
É tarde de mais...

Você nunca esteve prestes a cair
E uma dor incontrolável penetra seus pulmões
Eu adoraria participar dessa cirurgia
Mas não agüento vê-la sofrendo tanto

Eu consigo te convencer que eu não sou tudo o que você pensa
Mas teria todos os motivos pra conquistar tudo o que tenho
E nessa irônica brincadeira da vida
Acabamos nos encontrando

Aramariam o maior barraco se a chuva assolasse as janelas
E eu adoraria participar dessa cirurgia
Mas de todas as coisas que mais detesto
É não ser o seu sofrimento

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Razao

Eu vou acabar sendo preso por isso
As leis não entendem, mas eu posso sentir.
Opinião de ninguém que só eu posso acreditar
Você chegou ao máximo e está longe do fim

É o tipo de coisa que eu prefiro evitar falar
Não por ser forte, mas pode abalar.
Os inocentes cansaram de ter seus sangues corridos
Vamos apagar o que aconteceu e recomeçar

Tudo o que é belo eu vou tomar de você
O que você antes tinha certeza, você começa a não ter mais.
O que você antes sonhava em ter, você começa a esquecer.
Eu não sou mau. Mas minhas vitórias me fazem parecer.

E tudo o que fizeram foi esperar
Eu estou morrendo aqui e não posso me rebelar
As armas estão ao meu favor
E você não poderá (dessa vez) escapar

Debaixo da terra

Eu sinto vontade no que faço
Eu minto e não ligo
Eu sou talvez a droga da realidade
Que invade sonhos

Eu não pretendo dormir
Por que a noite as coisas acontecem
Eu vou vomitar tudo isso em você
E não me importo se gostem

Eu vou te contar o por que eu não me importo
A morte é uma e não vamos levar amigos pro cemitério
Talvez estuprem meu corpo quando eu estiver podre
Eu não ligo pra lagrimas de remorso

Eu estou cansado de ouvir merdas de filhos das putas
Talvez isso acabe quando você engolir terra
Duas vezes
Duas vezes mortais morrem mais e mais

Duas vezes
Duas vezes mortais morrem mais e mais
E eu não paro de cantar
Duas vezes mortais morrem mais e mais

Cegos

Eu já perdi a conta
Do numero de cegos que encontrei
E todos eles me diziam
Que nem sempre seremos rei

Eu quero que se foda essa política toda
Eu não me preocupo com o que vem
Eu fico na minha de boa
Por que no final sempre acaba tudo bem

É sempre essa vontade de pintar com dor
As mentiras sobre a felicidade
Eu não me importo em me expor
Talvez a falsidade seja irmã da realidade

Continue escrevendo
Continue se expondo
E talvez ninguém te conheça
Eu não me importo em sentir mais do que a dor

Já está estampado
E eu estou tentando anunciar
Eu não caí ainda
E não vai ser você quem irá me derrubar

Talvez não faça sentido

Talvez não faça sentido
Mas ultimamente o sentido tem faltado
E não faz a mim tanta falta
Quanto o brilho de seus olhos

Eu me vejo tão perdido
E quero poder me segurar
Aqui a única coisa que me da segurança
É saber que com você eu ainda posso sonhar

Eu não sei qual o caminho que tomei
Nem me lembro se foi impulso ou não
Mas sei que não me fará mal
Por que você faz bem ao meu coração

Penetre em meus olhos
Como faz em meus sonhos
Traga sempre essa paz com você
Eu não sou igual aos outros...

Eu não posso pedir que venha comigo
Acredito que isso tenha que vir de você
Eu espero...
Assim como espero por você

É longo o deserto
Por onde meus pés caminham
E tão deserta é a vida
Onde nossos lábios se desencontram

A flecha

Você realmente deseja isso em mim
Eu posso provar em cada chute uma dose a mais de você
Pôde vir até aqui?
Sorte sua, eu não vou mais deixar você passar!

Eu precisei olhar duas vezes
Pra acreditar que sua mascara estava trincada
Não ponha a mão na consciência
É tudo tão mais fácil quando assumimos nossos erros, cara...

Você carrega tanto de mim
Que eu me pergunto se eu te verei no espelho
Foda-se
Isso são apenas pensamentos...

Eu sinto uma vontade tão grande em te violar
Eu sei os seus segredos
Mas a graça está em toda a agressividade que eu posso juntar
Vamos fazer disso um pedaço de nós mesmos?

Você sente a situação se desfazendo
Eu posso nos unir em tantos aspectos
Mas nenhum deles vai poder te conservar vivo
Escute isso!

Vários aspectos, vários sorrisos!
Somos tão hipócritas quanto puros
Somos isso, e o que você espera pro futuro...
Eu pedi uma amostra e acabei caindo aqui como uma flecha

Me devolva ao arco
Eu quero acertar algo melhor do que você
Me deixe ser um sonho
E talvez eu consiga traumatizar você

sábado, 6 de setembro de 2008

Feitos

Feitos de névoa
feitos de plumas
dormir, sonhar talvez

Feitos de pedra
Feitos de aço
viver, vencer talvez

Feitos de sombras
Feitos de luz
Perguntar, saber talvez

Feitos de vidro
Feito em pedaços
Chorar, sentir talvez

Feito aos pouquinhos
Feito de passos
Descansar, ter paz talvez

Ceres Xisto

sábado, 16 de agosto de 2008

Eu entendo

Sim, eu sei... pode parecer confuso
A vida e suas escolhas
Os caminhos que escolhemos
Não são aqueles que traçaram para nossos passos
Parecem sempre tortos
Parecem sempre ser a opção errada
Sim, eu sei... é sempre aquela enorme frustração
Aquela imensa tristeza
Todos os nosso sonhos
Parecem ser diferentes
Dos sonhos que nossos pais sonharam para nós
Parecem tão maiores
E tão distantes...
E escolhê-los é como navegar contra a corrente
Como pular de braços abertos
E encarar o abismo e incerteza de sua escuridão
Quisera eu não entender
Andamos pela vida
O futuro apenas uma noite sem lua, sem estrelas
Iluminado apenas pela luz das nossas esperanças
Esperemos ainda, um pouco mais
Talvez ainda esteja fora de alcance
Eu sei... eu entendo...
Estendamos juntos as nossas mãos
Mesclando o futuro com o presente
E materializando o sonho na realidade

Ceres Xisto

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Tudo o que eu sou... Tudo o que eu quero ser...

Não precisamos de ninguém
Foi a mentira que nos contaram
Não precisamos de nada
Foi a mentira que nos contaram
Como um conto de fadas
E escolhemos deliberadamente acreditar
Escolhemos a despeito de tudo,
De tantos outros avisos
Como quem acredita
Em amor à primeira vista sem nunca ter amado
Em alma gêmea sem nunca ter visto uma alma
Não precisamos de nada nem de ninguém
Foi a mentira que escolheram nos contar
E é nisso que acreditaremos, até ser tarde demais
Até sermos velhos demais para volta atrás
Não precisamos mas no final estamos juntos
Você e eu... em uníssono silêncio acreditando juntos
Talvez saibamos que é mentira
Mas, talvez se acreditarmos o bastante
Se tivermos fé bastante nisso
Talvez o conto de fadas se materialize em realidade
Se eu apenas me deitar
Debaixo desse lençol de estrelas
E me deixar levar
E acreditar com tudo o que eu sou
Se você acreditar com tudo o que é
Talvez possamos ser
Tudo aquilo que queremos ser
O tempo não passou
Ainda não somos velhos demais
Se eu fechar os olhos
Acho que posso ver
Acho que quase posso tocar
Tudo o que quero ser.

Ceres Xisto

segunda-feira, 28 de julho de 2008

PERMANECER

Onde estão minhas palavras
Quando preciso desesperadamente delas?
Onde elas foram rabiscar-se
Quando as quero nesta folha solitária e branca
O dia foi longo e cansativo
O sol se mostrou e se escondeu tantas vezes que perdi as contas
Eu conto os dias nesse caminho em que sigo
Eu o vejo escuro
Eu não enxergo o futuro
Eu nem sei mais se acredito na sua existência
Dizem-se que devo ter paciência
Que devo esperar e ter fé
Amanhã a montanha será uma campina diante de mim
Que as trevas tornar-se-ão em luz
E o desespero em esperança
O choro em riso
Minha alma acalanta a promessa
Bebe dela como se tivesse vagado inssana e só anos a fio pelo deserto
Mas eu temo...
Eu temo acreditar, e ainda assim acredito
Eu temo ter fé, e ainda assim eu tenho
Eu tenho pressa, e quero ver depressa o fim das coisas
E ainda assim... espero pacientemente...
Minha natureza rebelde remoe-se nas minhas entranhas e grita
E quer respirar e ser livre
E quer abrir as asas e voar sem remorsos nem arrependimentos
Quer seguir sem olhar para trás sem importar-se
Meu coração bate apressado e pede urgente pela quebra dos grilhões
Mas a razão... que sempre me teve prisioneira
Que sempre ditou meus caminhos
Pavimentou minhas estradas e conteve meus impulsos
Ela me faz esperar... ela me faz curiosa
O amanhã trará a luz de volta? Trará a campina e o fim da estrada?
Então eu permaneço...
Eu abro os olhos imensamente e espero, espero e espero...
Eu temo, que a espera traga não a descoberta
Eu temo esperar e esperar em vão, mas aida assim persisto
Eu temo que  fé esmaeça com o passar do tempo, mas ainda assim creio
Eu tenho pressa, eu nada vejo apesar dos meus esforços
E ainda assim
Por enquanto eu nada vejo.
Disseram-se que ha de vir um novo caminho
Uma nova estrada
Cheia de respostas de vitórias e sorrisos
Eu sei... parece insensato esperar assim constantemente...
Como quem toda a tarde assiste ao sol encontrar o oceano no horizonte
Como se fosse possível ouvir o crepitar do fogo ao encontrar-se com as águas...
Parece absurdo, caminhar a vida toda por um caminho
Acreditando que um dia... uma manhã qualquer
Este caminho tornar-se-á novo
Mas apenas parece...
Há ainda a certeza... e nesta certeza...
Apenas este meu... permanecer.

Ceres Xisto

Sentir isso

Eu sinto as falhas aparecendo
Por dentro de cada trinca você vem vindo
Eu sei que tenho pouco tempo
Então me deixe sentir isso

Você sabe onde está errado
E não precisa mais ver
Eu estou me arrastando sem necessidade
O que não importa eu quero perto de mim

Sinto tudo caindo e vou tentar ficar aqui
Eu estou perto de algo que eu não conheço
Mas eu quero ir até o fim
Pra sentir isso

Alguém protegeu o céu de mim
Eu estou preferindo não ser mais uma das estrelas
E continuar brilhando como um pecador
Em seus olhos

Alguém disse a verdade
E isso não era realmente necessário
Eu realmente te odeio
Você não é e nem precisa continuar o mesmo otário

Venho dirigindo tudo até aqui
E não sei se devo atropelar o que você me impõe
São tantas placas, e merda...
Eu sei onde eu devo ir pra sentir isso

sábado, 26 de julho de 2008

Permanecer

Onde estão minhas palavras
Quando preciso desesperadamente delas?
Onde elas foram rabiscar-se
Quando as quero nesta folha solitária e branca
O dia foi longo e cansativo
O sol se mostrou e se escondeu tantas vezes que perdi as contas
Eu conto os dias nesse caminho em que sigo
Eu o vejo escuro
Eu não enxergo o futuro
Eu nem sei mais se acredito na sua existência
Dizem-se que devo ter paciência
Que devo esperar e ter fé
Amanhã a montanha será uma campina diante de mim
Que as trevas tornar-se-ão em luz
E o desespero em esperança
O choro em riso
Minha alma acalanta a promessa
Bebe dela como se tivesse vagado inssana e só anos a fio pelo deserto
Mas eu temo...
Eu temo acreditar, e ainda assim acredito
Eu temo ter fé, e ainda assim eu tenho
Eu tenho pressa, e quero ver depressa o fim das coisas
E ainda assim... espero pacientemente...
Minha natureza rebelde remoe-se nas minhas entranhas e grita
E quer respirar e ser livre
E quer abrir as asas e voar sem remorsos nem arrependimentos
Quer seguir sem olhar para trás sem importar-se
Meu coração bate apressado e pede urgente pela quebra dos grilhões
Mas a razão... que sempre me teve prisioneira
Que sempre ditou meus caminhos
Pavimentou minhas estradas e conteve meus impulsos
Ela me faz esperar... ela me faz curiosa
O amanhã trará a luz de volta? Trará a campina e o fim da estrada?
Então eu permaneço...
Eu abro os olhos imensamente e espero, espero e espero...
Eu temo, que a espera traga não a descoberta
Eu temo esperar e esperar em vão, mas aida assim persisto
Eu temo que  fé esmaeça com o passar do tempo, mas ainda assim creio
Eu tenho pressa, eu nada vejo apesar dos meus esforços
E ainda assim
Por enquanto eu nada vejo.
Disseram-se que ha de vir um novo caminho
Uma nova estrada
Cheia de respostas de vitórias e sorrisos
Eu sei... parece insensato esperar assim constantemente...
Como quem toda a tarde assiste ao sol encontrar o oceano no horizonte
Como se fosse possível ouvir o crepitar do fogo ao encontrar-se com as águas...
Parece absurdo, caminhar a vida toda por um caminho
Acreditando que um dia... uma manhã qualquer
Este caminho tornar-se-á novo
Mas apenas parece...
Há ainda a certeza... e nesta certeza...
Apenas este meu... permanecer.

Ceres Xisto

sexta-feira, 25 de julho de 2008

ROSA GOTICA


Oh! Rosa gótica.
Oh! Minha amada.
Com teus espinhos você envenena meu coração.
Agora eu sinto uma grande paixão.

Tua pétala me encanta.
Hipnotiza-me.
Amo-te.
Minha doce querida.

Oh! Minha rosa gótica teu perfume és doce.
Tão fascinante...
Tão diferente...
Tão permanente...

Tu plantas a semente do amor.
Em minha doce dor.
De não tê-la.
Minha esposa.

Serei feliz do teu lado.
Eu te amo.
Oh! Minha rosa.
Gótica...

Carlos Sampaio Neto

Alguem faça alguma coisa

Diga a quem se importa
Escreva a quem tenha tempo
Eu estou indo embora
Serei tão rápido quanto o vento

Espere por quem volta
Esteja pra quem chega
Siga e implante a revolta
Seja a mira dessa arma

Suporte até o final
Não espere recompensas
Siga um plano ilegal
E talvez tudo fique na mesma

Pergunte a quem responda
Sugira a quem te confunde
Feche os olhos só pra morte
A fuga é humilhante

Peça quando precisar
Sangre por amar
Enfrente para guerrear
Perdoe-me por errar

sexta-feira, 11 de julho de 2008

E bom... Viva.

Como passamos desapercebidos
Como somos descuidados e inocentes
Tudo perde a graça
E não vemos problema nenhum.

Agradeço por ter descoberto as coisas ruins
De uma maneira indireta ao meu corpo
Agradeço pelas pessoas próximas a mim
Nem sempre meus amigos, mas levam um pouco do meu carinho.

Sim, somos um pouco de pena.
Um pouco de fúria, mas tentamos ser também.
Um pouco de loucura
Os minutos são contados como anos, e assim vivemos.

É um trem que não faz falta
É um ônibus que demora
Preservamos o pouco tempo que nos resta
Mas não cuidamos.

Eu fugi um pouco do estilo
Pra escrever algo sem sentido pra mim
Mas que talvez bata a sua porta como uma resposta
E bom... Viva.

Me salvar

Meus olhos
Se abrem por minha boca
Que tampada está
E me impedem de qualquer barulho

Minhas cicatrizes
Por toda a parte demonstram o que não conto
Por medo...
Por pavor...

A luz vai apagar
E meu sono acaba
Por deus... Eu não sei o que é sonhar
E seus ouvidos não captam as marcas

A noite é cumprida de mais
Pra que eu consiga entender tudo
Meu corpo não vai agüentar
Mas meus lábios cerrados inibem qualquer ruído

Eu não sou um animal
Eu não sou um penico
Eu não me defendo
Eu sou conivente?

Por favor, perca o sono junto comigo.
Atrase sua ida apenas uma vez mais.
Afaste os poucos minutos de perto de toda uma vida
E talvez ainda possamos me salvar...

Destirônico

Não sou uma delicada boneca
Não mecha em meus braços com tanta delicadeza
Não olhe pra mim com carinho
Eu não sou um terço do que você pensa

Não me tire daqui
Eu não quero me transformar novamente
Estou deixando as coisas acontecerem
Não arrisque falar que me entende

Estou sentado lendo alguma coisa
Que me estimule produzir algo parecido a você
Seco e inanimado... Puro
A semelhança é algo que não da pra perceber

Desculpe-me por manter vivo em mim
O orgulho...
É tudo dão agressivo
Que me protejo nesse cobertor de espinhos

Saia de mim!
Tão pouco dentro, tão limpo depois de tudo.
Tão esquisito, tão pouco e mudo.
O erro humano se propagou novamente na promessa

Eu deixei vazar por algum motivo
Mesmo sabendo que você não se importaria em escutar
Então me ataque!
Eu não vou sobreviver, mas não vou deixar muitas bocas falando...

Em pleno vôo eu posso cuspir isso na sua cara
Não venha me falar de honestidade, eu sou insano de mais.
É tudo tão mascarado, que eu vou trincar seus sonhos com isso
Não me perdoe por que é totalmente proposital

Você é doente!
Eu sou doente!
Me diga do que é feito a confiança
Você mente!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A senhora das Palavras

Eu sou a senhora das palavras
Absoluta, reino, domino, controlo
Elas são minhas e minhas só
Na verdade, muitos gritarão ao vento
Esta mesma afirmação
E apesar da imensidão deste mundo
Apesar dos talentos que vejo aflorar
Em floreios e rimas
Em profundas sim, sinuosas até
Encantadoras combinações
E composições ousadas
Atrevo-me a dizer... são parcas... são frouxas...
São infinitamente menores que as minhas
Não sabem dizer,
Não sabem contar histórias,
Não sabem atingir o alvo...
Os humanos corações
Como as minhas palavras
Perdoem-me, não é altivez... não é bravata
É simples constatação
Outros podem, rasgar seus versos
Embebedar seus poemas
Mergulhá-los em mel tentando
Sem conseguir é claro...
Tornar doces, acres, poderosas
Suas rimas
Podem gritar impropérios
Podem, tentar, tentar e tentar em vão
Porque eu sou a senhora das palavras
Absoluta, reino, domino, controlo
Elas são minhas e minhas só

Ceres Xisto

segunda-feira, 7 de julho de 2008

As mudanças serão feitas

Perdemos o rumo distorcido das palavras
Desafinamos os cordões buscando a afinação
Estamos a uns passos do impossível
E você o que me diz?

Somos a cor do desconhecido
Sabemos como é o perfume do mistério
Já vimos de perto à morte
Abraçamos o perigo sem esperar pela sorte

É tudo tão incerto e certo
É tudo tão confuso ainda aqui dentro
Parado, e ao mesmo tempo vivo.
Sou apenas um erro tentando fazer tudo dar certo

Se foi.
Assim como todas as certezas que eu já tive
Assim como um dia eu esperei sem saída
E tive por você uma vitória digna

Se foi.
E sem duvida nenhuma fará falta
Darei a certeza de que meus pensamentos
Voarão pelas fechaduras trancadas atrás de você.

Darei a todas as minhas qualidades méritos a você
Darei a todos os meus defeitos espinhos por te perder
Darei a minha vida um pouco mais de atenção
Não vou mentir, o sorriso que exibo é a maquiagem que passei em meu coração.

Escuto a porta se bater
Sim, os passos são os de quem não voltará mais.
Sim, o erro foi meu e de ninguém mais.
Não fugirei da responsabilidade, te perdi e peço que por favor não sofras mais.

Eu seguirei por um tempo
No anonimato sem que você perceba
E talvez você não veja
As mudanças que serão feitas.

Mas não quero exibi-las
Não quero que veja nenhuma delas por propósito
Quero que quando você se der conta e perceber
Quero que entenda que todas elas foram por sinceros remorsos

Hoje semente
Amanha pretensão de ser bom fruto
Hoje errante
Amanha seguindo os passos deixados do seu futuro...

domingo, 6 de julho de 2008

A Última Ferida

Se quebrares meu coração
Talvez eu chore, talvez eu sofra
Se o apunhalares, talvez eu sangre
Mas certamente me reerguerei
Mais forte, mais protegido
Das agruras da vida
Das terrenas traições
Infelizmente, menos aberto à novas emoções
Quanto mais profundo o amor
Mais profunda a ferida
Mais dificil de cicatrizar
Se ferires o amor
Lembre-se que certas feridas
Podem ser mortais
Se o matares
Talvez ninguém o possa fazer ressicitar
Se escolhestes outros caminhos
Alheios de mim
Aceita o fato
Caminharás sozinho
E se neste caminho solo, as lágrimas encontrar
Não estarei mais lá para enxugá-las
Certas portas só uma vez podem ser cruzadas
Certos objetos, uma vez quebrantados
Não podem ser refeitos
Mas a vida é cheia de escolhas
Que devem ser feitas inexorávelmente
Por mais que eu lamente as suas
Devo continuar meu caminho
De forma reta, de cabeça erguida
Ciente de que tudo o que fiz foi correto
Meu caminho segue...
Para o desconhecido como sempre
Mas agora, distante do teu
Mais uma noite me encontra
Entre ilusões alquebradas e esperanças destroçadas
Que o amanhecer
Traga-me outra tantas certezas
Outra força... Um novo fôlego
O mesmo sol...
Um novo dia e o unguento...
Para a última ferida.

Ceres Xisto

sábado, 5 de julho de 2008

só depois de cair no inferno eu sei como é a dor.
dor... dor de saber q perdi voce.
a dor de saber q voce nunca mais vai estar do meu lado...
minha vida ja não vale mais nada, perdi o que tinha mais de precioso voce....
e agora o que sera de mim sem voce...
para onde irei correr.
queria nunca nascer.
para nunca te fazer sofrer.
as desculpas não adiantaram.
só me resta o caixão.
é a pior dor do mundo... nunca senti algo igual parece que não existo mais.
sei q isso é pouco para mim ...
mas me perdoa???
minha vida não vai ser mais igual sem vc do meu lado...
sei q te iludi...
mas estou rearrependido por tudo...
e como se não vivesse mais... o que sera de mim agora.
sem seus carinhos, sem seu amor...
sem seus conselhos...
não há mais vida... apenas morte...
é pior q tudo neste mundo, mas sei que voce esta se sentindo pior que eu..
mas te peço desculpas...
o mundo desmorona..
o chão se acaba...
nossa vida destruída...
não há mais nada q eu possa fazer?
para te-la de volta...
desculpa por ter te magoado...és minha vida vagar na solidão.

Carlos Sampaio Neto

segunda-feira, 30 de junho de 2008

AS FLORES

As flores não sabem quem eu sou.
As flores não sabem aonde vou.
As flores não sabem o que eu digo.
As flores não sentem o que eu sinto.
As flores não me entendem.
Eu não seu nada das flores.
Eu não quero ouvir o que as flores me dizem.
As flores são tolas que bailam com borboletas.
Umas flores me amam, outras me odeiam.
Todas as flores concordam,
Que não sou uma unanimidade.
Algumas flores não me querem ver na solidão.
Outras me desejam a maior das angústias.
Eu não me importo com tais flores.
As flores não entendem que é preciso ter segredos.
As flores não aceitam que nem todo mundo é igual.
As flores me dizem que é assim mesmo.
Eu sorrio e engano as flores.
As flores acreditam nas minhas mentiras.
Mas as flores não me olham nos olhos.
As flores também mentem.
Algumas flores mentem por amor.
Talvez as flores não saibam o que eu sinto.
Talvez as flores não saibam que eu minto.
Talvez as flores sejam cegas.
Umas flores sorriem para mim.
Outras não habitam o meu jardim.
Todas as flores me olham passar.
Algumas flores me acenam.
Outras me mostram seus espinhos.
Mas nenhuma realmente me vê.
Minhas flores não sabem do coração.
Minhas flores não ouvem o pranto.
Minhas flores não sentem a dor.
Minhas flores não me entendem.
As flores enfeitam as festas.
As flores me espiam pelas frestas.
As flores perfumam.
As flores persistem.
As flores flutuam.
As flores assistem.
As flores às vezes não resistem.
Às vezes acho que sequer as flores existem.
As flores me falam.
As flores não calam.
As flores não sabem cantar.
Mas as flores encantam.
As flores colorem.
De vez em quando, acho que as flores sofrem.
Eu deixei minhas flores na chuva.
Deixei minhas flores no frio, no abandono.
Eu não tenho coração.
Não tenho pena das flores.
As flores sabem e ainda assim me amam.
As flores choram.
Eu as ensinei a chorar.
As flores sabem que não podem confiar em mim.
Mas as flores nunca perdem as esperanças.
As flores se sentem sozinhas.
As flores têm saudades.
A flores aprenderam a sonhar.
As flores acham que amanhã tudo vai ser melhor.
As flores são patriotas.
As flores marcham juntas a caminho do futuro.
As flores têm ideais.
As flores não sabem que os dias são todos iguais.
As flores ainda acreditam na justiça.
As flores não conhecem a verdade.
As flores não vêem além do muro.
As flores não sabem do escuro.
As flores não conhecem o sangue e o suor.
As flores são inocentes.
As flores são como crianças.
As flores estão apaixonadas.
As flores não sabem de nada.

Ceres Xisto

sábado, 28 de junho de 2008

Só silêncio

A janela me chama, como uma porta aberta para outra dimensão
Outro estado de espírito, outra faceta de mim mesma
Outro pedaço, aquele que falta da minha alma
Correm as nuvens nos céus...
Meu espírito inquieto quer correr com elas
Levadas pelos ventos elas flutuam
Meu coração quer flutuar com elas
Na imensidão infinita desse azul
Desapertar meu peito
Deixar escapar esse grito que retenho a tanto tempo
Mas eu não tenho asas, não posso voar
A vida retém meus passos no chão
Já não alcanço mais a altura dos sonhos
Já não suporto mais a claridade
Meus olhos buscam a tristeza e a escuridão
Aqui na terra elas são tão mais palpáveis, tão mais reais
Ninguém pode ver através de mim
Nem ver através dos meus olhos
Apesar de sentir-me tão transparente às vezes.
É só silêncio agora no triste amanhecer
É só silêncio aqui dentro de mim.

Ceres "Shao" Xisto

terça-feira, 24 de junho de 2008

Algo que eu não beberia

Eu provei do sangue que você me ofereceu
Eu vesti a roupa que você me deu
Eu desafiei tudo o que você temia e venci
E agora quem morreu?

Explodindo aleatoriamente em nossas mãos
A responsabilidade que detestamos
Eu não vou perder um minuto da minha dor nisso
Alguém por favor, me diga onde estamos.

Ela está se entorpecendo
Enquanto ele assiste a tudo preso de mais
A um litro de algo que eu não beberia
Não por medo... Mas talvez me falte tempo

Sinta-me entrando no seu perigo
Estou quebrando as correntes que nos prende
E talvez você me diga
Quebre-me

Sinta-me entrando em seu sonho
Estou renovando o que foi apagado
E talvez você me diga
Quebre-me

domingo, 22 de junho de 2008

Solitários

Varre a madrugada o vento
e o orvalho noturno cai gelado sob o topo dos prédios
deixando tudo mais cinza e mais nublado
Sei que parece estranho, mas eu posso ouvir ressoantes
as batidas de diversos corações, ecoando noite andentro
corações solitários... diversos... ímpares... isolados
São tantos, tantos... e eu me pergunto
Se nesse mar de solidão em que navegam
Não poderiam eles encontrar outros
corações solitários... diversos... ímpares... isolados
que então... pulsando uníssonos deixariam de ser assim tão sós
Deixariam de tristemente contemplar a madrugada
de assistir ao vendo varrendo a madrugada
e o orvalho noturno cair gelado sob o topo dos prédios.
Sei que pode soar estranho
Mas o mundo é tão grande, tão grande...
Que me parece impossível que não exista
vagando na imensidão das possibilidades
um para para cada um desses corações
que hoje eu apenas vejo bater assim tão
solitários

Ceres Xisto

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Atitudes suicidas

Como um doente suicida eu vivia
Em más sucedidas obras pra acabar com a minha vida
Era tudo tão doloroso e quente
Que eu me esqueci de perguntar se ainda sou gente

Nessa porra de respiração
Sentimos tudo na pele em forma de tensão
A qual vocês são obrigados a viver
Assistindo as minhas falhas tentativas... As atitudes suicidas

Dizem que é errado
Algumas crenças dizem que não presta
Mas a morte é uma forma de luta
E pra mim é a única coisa que me resta

Mandam-nos dizer, votar e comprar!
Mas somos mais que isso
E ninguém quer notar

Mandam-nos dizer, votar e comprar!
Queimando até a ultima caloria
Pra você começar a se respeitar, lixo.

Hipocrisias

É tudo uma mentira!

Eu cansei de vestir a hipocrisia
Cansei de sentir meus ouvidos sangrando
Cansei de tudo absolutamente
Cansei... De morrer sempre por porra nenhuma e por você!

Venha com essa mentira pintando minha ilusão
Se não for construir não derrube seu porra
Meu final
Não será no abismo como o seu!

Você falha como folha úmida
É involuntário
É tão errado quanto puro
O seu final não será perdoado... É tudo uma mentira!

Colocando as barreiras pra baixo
Como se nunca tivessem estado aqui
Eu mijei em tudo por aqui
Até que infectasse, todas as feridas.

Você vê toda a sua glória
Com essa cara de bunda congelada, sorri.
Só esperamos que você encontre uma forma
De nos tirar daqui!!!

terça-feira, 17 de junho de 2008

MALDIÇÃO IMPERDOAVEL

Estou enganado uma pessoa ou não.
Maldito coração.
Estou fudido.
Em um mundo cheio de espinho.
Já não sei mais que sinto.

Se é tristeza ou se é amor.
Se é alegria ou dor.

O suicídio.
É o ultimo recurso.
Estou confuso.

Mas sei bem o que quero.
Te quero.

Você é:
Meu futuro.
Meu passado.
Meu presente.
Minha mente.

Eu almejo lhe ver.
Eu almejo te ter.
Linda.

Carlos Sampaio Neto

quinta-feira, 12 de junho de 2008

TE AMO E TE QUERO

Estou –me acabando.
Estou morrendo.
Estou-me diluindo.
Mas eu te amo.

Tu és minha.
Oh! minha amada.
Linda.
De toda minha vida.

Eu te amo.
Eu te quero.

Estou muito triste.
Estou me crise.
Eu não lhe vejo.
Mas te desejo.

Sou seu escravo.
Sou seu namorado.
Sou seu esposo.

Eu te quero.
Gritar para o mundo inteiro.
Que te desejo.

A minha salvação.
É o meu sepultamento.
Com o meu contento.

Arrancar-me meu coração.
E me salve desta solidão.
Eu te amo.
Eu te quero.

Eu te amo.
Eu te quero.
Eu te amo.
Eu te quero.
Eu te amo.
Eu te quero.
Eu te amo.
Eu te quero.
Eu te amo.
Eu te quero.
Eu te amo.
Eu te quero.

Amo.
Quero.
Amo.
Quero.
Amo.
Quero.
Amo.
Quero.
Amo.
Quero.
Amo.
Quero.
Amo e quero.
Você...

domingo, 8 de junho de 2008

ELO PERDIDO

Meu mundo.
Meu tudo.

Minha tristeza.
Minha alegria.

Minha dor.
Meu odor.

Meu nada.
Minha casa...

sábado, 31 de maio de 2008

Hipnose

Finalmente o poeta alcança o infinito, e toca-o
Finalmente ele alcança o impossível e abraça-o forte
No vislumbre do sonho que ameaça tornar-se real
Enquanto olham em seus olhos
Transformando tudo em borrão e em poeira
Aniquilando as demais sensações e sentimentos
Veste o poeta, imperceptivelmente, irremediavelmente então
aquele sorriso estúpido
impossível de varrer dos lábios
Sente-se avassalado por este incomensurável assombro
Estarrecido no apenas observar...
Não encontra as palavras para descrever
e quando as encontra
Elas esmaecem em segundos
e novamente se perdem
Enquanto também ele se perde na contemplação
Não pode explicar
E o poeta vê-se emaranhado
Falto de suas companheiras, as palavras
Falto de expressões
De seu talento mais caro, roubado
De seu esmerado orgulho, despojado
Só o que existe agora é...
a respiração em suspenso
A falta total e completa de controle
a melíflua hipnose.

Ceres Xisto.

PARA QUE SEGREDOS?

Com a minha vida se indo.
Meu coração esta se partindo.
As contrações estão constantes.
Parecendo diamantes.

Você é linda.
Como um raio de luz.
Como você me seduz.
Você me anima.

É como uma droga.
Só que vivo em abstinência.
Necessito-te...

Chaga a ser uma rotina.
Tão maldita.
Que fico me agonia.

A cada minuto.
A cada segundo.
A cada milésimo.
Sinto-me mais aflito.

Na tua presença.
O mundo para.
O tempo para.
Menos o meu coração...

Carlos S. Neto

quarta-feira, 28 de maio de 2008

FÁBULA

Eu sou a estranha entre os mundos.
De estranhas atitudes e pensamentos.
Do estranho lago de sombras ergui-me.

Sou a rainha da estranha montanha de gelo.

Dona de um coração gelado.

E de gélidos pensamentos.

Atravessei a estranha floresta,

Que fica além do meu reino.

A floresta de negros troncos.

Para até aqui chegar.

Em minas prateadas asas,

Carrego mais perguntas que respostas.

Soltei meus cabelos ao vento norte,

Voltei meu rosto para o sul.

Acordei o sol aos sussurros.

Na hora exata em que chegava a alvorada.

Volto ao lago negro de tristezas.

Volto ao gélido castelo.

Volto e vivo entre os mundos.

Sou a estranha figura.

Leia-me em meu estranho sorriso.


Ceres Xisto

ESBOÇOS

Por mais que cerrasse os dentes,
Não conseguia reter o choro.
A dor que transforma em lágrimas.
Derrama-se em saudades.
Um nunca encontrar.
A vida em um olhar.
A vida de um olhar.
Infinitos desencontros.
E velas ao vento.
Contrários ventos que afastam.
Dolorida despedida.
Meu porto. Navio Perdido.
Os ventos em ondas.
Vendavais nas ondas.
Mistura areia e sangue.
Suor e lágrima.
A possibilidade dos sonhos.
O coração rachou na despedida.
Ânsias tênues como fragrâncias.
Orvalho, pétalas.
Montanhas enfeitadas de cores.
A loucura não tem leme, não tem norte.
A vida é só esperança e nada mais.
O botão que não chega a abrir.

Ceres Xisto

OLHOS NOTURNOS NO ESPELHO

Faíscas fugidias de um raio de luz,
Iluminam os terríveis olhos que miro no espelho.
Procuro não pestanejar.
Não temer, não hesitar.
A noite já percorreu metade de seu caminho,
Rumo ao alvorecer.
Estou novamente desconfortável.
Atrás das pesadas cortinas
De negro veludo que se abrem sem rumor.
Meu caminho parece por demais longo.
Não iniciado e infrutífero.

Ceres Xisto

A LINHA

Eu sou a linha,
Que aponta e alinha.
A linha que corre e desfia.
Que fixa a ponta e segue sozinha.
Que sobe desce e rodopia.
Que limita e imita.
Que sai do triângulo, entra no círculo,
E se perde no quadrado.
Linha de mil cores,
Sem amado ou mil amores.
Segurando a ponta da rima
Num entra e sai sem fim, sem trégua.
Sou a linha pintada no quadro.
A linha que simboliza (sem ser simbolista).
Sou linha romântica (sem ser romancista).
Sou a linha sem ética na poética da poesia.
Sou, fui e com certeza serei.
Que transito, me subordino.
Brincadeira de verbos.
Eu me sujeito, me abjeto em objeto,
Direto ou indireto.
Sou aquela linha, infinita na geometria,
Feita de pontos.
Sou a linha que traça o rumo dos contos.
Que sobe e desce pelos tecidos.
Sou a que não foi, mas poderia ter sido.
Sou imaginária entre as fronteiras.
Determino os limites, do ser, do não ser,
E de todas as suas questões.
Sou sinuosa nas ladeiras.
Sou o sobe e desce íngreme das cordilheiras.
Todos os ângulos e mais um...
Aquele que você esqueceu de olhar.
Sou o reto das avenidas.
A linha reta do coração que se esqueceu de pulsar.
Sou o fio do telefone.
Sou o que no meio da noite velo.
Sou o fio daquele novelo,
Do gatinho cor de marmelo.
Sou o fio de linha amarelo.
Sou o laço que ata tanta gente.
Sou a veia onde corre o sangue.
Linha quente e sinuosa.
Sou a vida por um fio,
Que me escrevo em linhas tortas.
Sou o batente de todas as portas.
Sou o fio de vida que corre,
Dos dedos dos pés aos das mãos.
Sou a linha branquinha que faz arfar o coração,
Das mãos que empinam a pipa,
Que faz seu balé no vento.
Sou a linha colorida do cata-vento.
Sou o barbante enrolado no pião.
Sou o laço que prende a trança da menina.
Sou quem fez o vestido da boneca.
Sou também linha férrea.
A negra linha do metrô, que vou e volto.
Por caminhos ora retos, ora curvos.
Subo, desço, me escondo no túnel.
Deixo os vagões escorregarem por mim.
Sou também linha de aço.
A linha de arame (às vezes farpado).
Eu me enrosco e crio cercas.
Crio grades, muros altos.
Que separam, apartam, estigmatizam.
Eu era a linha do desenho.
Agora sou a linha do pensamento.
Que subo, desço, entro, saio e me perco.
Que volto atrás para poder seguir em frente.
Sou a rima sem ritmo que entra e sai de cena.
Sou a linha do papel onde dança o poema.


Ceres Xisto

domingo, 25 de maio de 2008

Eu Sou

O mundo é torpe em suas vilanias
As pessoas são pequenas e fracas
São vãs, efêmeras e absurdas
Elas choram, se rasgam, se desesperam
Ante o inevitável
Eu não sou tão forte,
eu sei que às vezes também choro,
Mas ante o inevitável
Diante de males incomensuráveis
Quando a desesperança se apresenta
Eu luto
Muitas vezes com lágrimas nos olhos
Muitas vezes prendendo o choro
Muitas vezes a voz embargada
Procurando as palavras
Escolhendo as sentenças
Escondendo meu coração atrás das frases duras
Mas eu luto,
cerro os dentes, respiro fundo
E lanço-me adiante, à batalha
Não é a vida em si uma guerra?
Não se trata apenas
Dia após dia, de sobrevivência
Mas eu tento levantar mais forte a cada dia
Não posso me entregar
Não posso esmorecer...
Eu imagino, eu sonho
Eu escrevo e com meus versos eu transformo
Transformo minha dor em força
Eu imagino e então... sou!
Sou mais forte que a maioria das pessoas
Eu sou o dragão...
Eu não olho o mundo do baixo
Eu observo a tudo do alto
Estendo minhas asas e elas alcançam o infinito
Rasgam os céus, derrubam as estrelas
Eu respiro e meu hálito é fogo
E de fogo são as palavras que profiro
Eu transformo as coisas então tudo é possivel...
Todo mundo está aos meus pés...
Logo alí ao meu alcance...
E eu não tenho mais medo do mundo
Eu sou a força transformadora e o destino é meu escravo

Ceres Xisto

Janelas e quartos da mente

Estamos em cima de um piso trincado
Andando em cascas de ovos
Pra não sermos encontrados
Falando sobre o que sabemos, e pensamos.

Estamos cobrindo com a maquiagem que nos foi dada
Fingindo que gostamos disso tudo
De caras amarradas
Engolindo como água, as lanças em brasa.

Vivemos escondidos
Por mascaras da sociedade
Engolindo nossas opiniões
Fingindo sermos cegos, não apontando os vilões.

Eu sinto em mim uma perda
Das coisas que não consigo me lembrar
Eu não dei tanta atenção no começo
Mas hoje começam a importar

Decidi não fazer mais nada direito
Por que talvez o erro esteja ai
Hoje eu posso dizer que vivi minhas 24 horas
E não digo que me arrependi

As janelas começam a se fechar
Eu vejo o ultimo raio solar acenando
Mas eu sei que não é pra sempre
E talvez eu ainda esteja sonhando