sábado, 4 de abril de 2009

Assombradas que me assombram

Eu vejo a cena,
E é grotesca em sua realidade
Por mais absurda que a realidade pareça às vezes
Acontece todos os dias
Eu tento evitar
Mas todos os dias
Os olhos da minha mente encontram-se repletos dessas imagens
Eu procuro o som, o cheiro
Que possa traduzir o sentimento
Eu derrapo nas palavras, tropeço nos verbos
Simplesmente incapaz de trazer a verdade à luz do dia
É minha verdade e só minha
Se eu esconde-La de olhos estranhos
Talvez ela se torne mentira
Talvez deixe de existir e de me atormentar
Eu correria, eu fugiria dela, se pudesse
Eu fecharia as portas
Mas como podemos nos esconder
Das verdades que vivem dentro de nós?
São páginas obscuras
São versos secretos que apenas nossos olhos podem ler
São prisioneiras e nos aprisionam
São a chave para a liberdade
Mas são caminho para sofrimento e solidão
Permeada de medos e hesitação
Eu continuo vendo
E eu vejo toda a vez que eu fecho meus olhos a noite
Eu não sei mais o que é dormir
Não sei o que é sonhar
Só imagens... Assombradas que me assombram
Contemplativamente espero
Que uma brisa amena varra de mim esses pensamentos
E eu possa voltar a ser quem um dia fui.

Ceres Xisto

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