sábado, 6 de setembro de 2008

Feitos

Feitos de névoa
feitos de plumas
dormir, sonhar talvez

Feitos de pedra
Feitos de aço
viver, vencer talvez

Feitos de sombras
Feitos de luz
Perguntar, saber talvez

Feitos de vidro
Feito em pedaços
Chorar, sentir talvez

Feito aos pouquinhos
Feito de passos
Descansar, ter paz talvez

Ceres Xisto

sábado, 16 de agosto de 2008

Eu entendo

Sim, eu sei... pode parecer confuso
A vida e suas escolhas
Os caminhos que escolhemos
Não são aqueles que traçaram para nossos passos
Parecem sempre tortos
Parecem sempre ser a opção errada
Sim, eu sei... é sempre aquela enorme frustração
Aquela imensa tristeza
Todos os nosso sonhos
Parecem ser diferentes
Dos sonhos que nossos pais sonharam para nós
Parecem tão maiores
E tão distantes...
E escolhê-los é como navegar contra a corrente
Como pular de braços abertos
E encarar o abismo e incerteza de sua escuridão
Quisera eu não entender
Andamos pela vida
O futuro apenas uma noite sem lua, sem estrelas
Iluminado apenas pela luz das nossas esperanças
Esperemos ainda, um pouco mais
Talvez ainda esteja fora de alcance
Eu sei... eu entendo...
Estendamos juntos as nossas mãos
Mesclando o futuro com o presente
E materializando o sonho na realidade

Ceres Xisto

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Tudo o que eu sou... Tudo o que eu quero ser...

Não precisamos de ninguém
Foi a mentira que nos contaram
Não precisamos de nada
Foi a mentira que nos contaram
Como um conto de fadas
E escolhemos deliberadamente acreditar
Escolhemos a despeito de tudo,
De tantos outros avisos
Como quem acredita
Em amor à primeira vista sem nunca ter amado
Em alma gêmea sem nunca ter visto uma alma
Não precisamos de nada nem de ninguém
Foi a mentira que escolheram nos contar
E é nisso que acreditaremos, até ser tarde demais
Até sermos velhos demais para volta atrás
Não precisamos mas no final estamos juntos
Você e eu... em uníssono silêncio acreditando juntos
Talvez saibamos que é mentira
Mas, talvez se acreditarmos o bastante
Se tivermos fé bastante nisso
Talvez o conto de fadas se materialize em realidade
Se eu apenas me deitar
Debaixo desse lençol de estrelas
E me deixar levar
E acreditar com tudo o que eu sou
Se você acreditar com tudo o que é
Talvez possamos ser
Tudo aquilo que queremos ser
O tempo não passou
Ainda não somos velhos demais
Se eu fechar os olhos
Acho que posso ver
Acho que quase posso tocar
Tudo o que quero ser.

Ceres Xisto

segunda-feira, 28 de julho de 2008

PERMANECER

Onde estão minhas palavras
Quando preciso desesperadamente delas?
Onde elas foram rabiscar-se
Quando as quero nesta folha solitária e branca
O dia foi longo e cansativo
O sol se mostrou e se escondeu tantas vezes que perdi as contas
Eu conto os dias nesse caminho em que sigo
Eu o vejo escuro
Eu não enxergo o futuro
Eu nem sei mais se acredito na sua existência
Dizem-se que devo ter paciência
Que devo esperar e ter fé
Amanhã a montanha será uma campina diante de mim
Que as trevas tornar-se-ão em luz
E o desespero em esperança
O choro em riso
Minha alma acalanta a promessa
Bebe dela como se tivesse vagado inssana e só anos a fio pelo deserto
Mas eu temo...
Eu temo acreditar, e ainda assim acredito
Eu temo ter fé, e ainda assim eu tenho
Eu tenho pressa, e quero ver depressa o fim das coisas
E ainda assim... espero pacientemente...
Minha natureza rebelde remoe-se nas minhas entranhas e grita
E quer respirar e ser livre
E quer abrir as asas e voar sem remorsos nem arrependimentos
Quer seguir sem olhar para trás sem importar-se
Meu coração bate apressado e pede urgente pela quebra dos grilhões
Mas a razão... que sempre me teve prisioneira
Que sempre ditou meus caminhos
Pavimentou minhas estradas e conteve meus impulsos
Ela me faz esperar... ela me faz curiosa
O amanhã trará a luz de volta? Trará a campina e o fim da estrada?
Então eu permaneço...
Eu abro os olhos imensamente e espero, espero e espero...
Eu temo, que a espera traga não a descoberta
Eu temo esperar e esperar em vão, mas aida assim persisto
Eu temo que  fé esmaeça com o passar do tempo, mas ainda assim creio
Eu tenho pressa, eu nada vejo apesar dos meus esforços
E ainda assim
Por enquanto eu nada vejo.
Disseram-se que ha de vir um novo caminho
Uma nova estrada
Cheia de respostas de vitórias e sorrisos
Eu sei... parece insensato esperar assim constantemente...
Como quem toda a tarde assiste ao sol encontrar o oceano no horizonte
Como se fosse possível ouvir o crepitar do fogo ao encontrar-se com as águas...
Parece absurdo, caminhar a vida toda por um caminho
Acreditando que um dia... uma manhã qualquer
Este caminho tornar-se-á novo
Mas apenas parece...
Há ainda a certeza... e nesta certeza...
Apenas este meu... permanecer.

Ceres Xisto

Sentir isso

Eu sinto as falhas aparecendo
Por dentro de cada trinca você vem vindo
Eu sei que tenho pouco tempo
Então me deixe sentir isso

Você sabe onde está errado
E não precisa mais ver
Eu estou me arrastando sem necessidade
O que não importa eu quero perto de mim

Sinto tudo caindo e vou tentar ficar aqui
Eu estou perto de algo que eu não conheço
Mas eu quero ir até o fim
Pra sentir isso

Alguém protegeu o céu de mim
Eu estou preferindo não ser mais uma das estrelas
E continuar brilhando como um pecador
Em seus olhos

Alguém disse a verdade
E isso não era realmente necessário
Eu realmente te odeio
Você não é e nem precisa continuar o mesmo otário

Venho dirigindo tudo até aqui
E não sei se devo atropelar o que você me impõe
São tantas placas, e merda...
Eu sei onde eu devo ir pra sentir isso

sábado, 26 de julho de 2008

Permanecer

Onde estão minhas palavras
Quando preciso desesperadamente delas?
Onde elas foram rabiscar-se
Quando as quero nesta folha solitária e branca
O dia foi longo e cansativo
O sol se mostrou e se escondeu tantas vezes que perdi as contas
Eu conto os dias nesse caminho em que sigo
Eu o vejo escuro
Eu não enxergo o futuro
Eu nem sei mais se acredito na sua existência
Dizem-se que devo ter paciência
Que devo esperar e ter fé
Amanhã a montanha será uma campina diante de mim
Que as trevas tornar-se-ão em luz
E o desespero em esperança
O choro em riso
Minha alma acalanta a promessa
Bebe dela como se tivesse vagado inssana e só anos a fio pelo deserto
Mas eu temo...
Eu temo acreditar, e ainda assim acredito
Eu temo ter fé, e ainda assim eu tenho
Eu tenho pressa, e quero ver depressa o fim das coisas
E ainda assim... espero pacientemente...
Minha natureza rebelde remoe-se nas minhas entranhas e grita
E quer respirar e ser livre
E quer abrir as asas e voar sem remorsos nem arrependimentos
Quer seguir sem olhar para trás sem importar-se
Meu coração bate apressado e pede urgente pela quebra dos grilhões
Mas a razão... que sempre me teve prisioneira
Que sempre ditou meus caminhos
Pavimentou minhas estradas e conteve meus impulsos
Ela me faz esperar... ela me faz curiosa
O amanhã trará a luz de volta? Trará a campina e o fim da estrada?
Então eu permaneço...
Eu abro os olhos imensamente e espero, espero e espero...
Eu temo, que a espera traga não a descoberta
Eu temo esperar e esperar em vão, mas aida assim persisto
Eu temo que  fé esmaeça com o passar do tempo, mas ainda assim creio
Eu tenho pressa, eu nada vejo apesar dos meus esforços
E ainda assim
Por enquanto eu nada vejo.
Disseram-se que ha de vir um novo caminho
Uma nova estrada
Cheia de respostas de vitórias e sorrisos
Eu sei... parece insensato esperar assim constantemente...
Como quem toda a tarde assiste ao sol encontrar o oceano no horizonte
Como se fosse possível ouvir o crepitar do fogo ao encontrar-se com as águas...
Parece absurdo, caminhar a vida toda por um caminho
Acreditando que um dia... uma manhã qualquer
Este caminho tornar-se-á novo
Mas apenas parece...
Há ainda a certeza... e nesta certeza...
Apenas este meu... permanecer.

Ceres Xisto

sexta-feira, 25 de julho de 2008

ROSA GOTICA


Oh! Rosa gótica.
Oh! Minha amada.
Com teus espinhos você envenena meu coração.
Agora eu sinto uma grande paixão.

Tua pétala me encanta.
Hipnotiza-me.
Amo-te.
Minha doce querida.

Oh! Minha rosa gótica teu perfume és doce.
Tão fascinante...
Tão diferente...
Tão permanente...

Tu plantas a semente do amor.
Em minha doce dor.
De não tê-la.
Minha esposa.

Serei feliz do teu lado.
Eu te amo.
Oh! Minha rosa.
Gótica...

Carlos Sampaio Neto

Alguem faça alguma coisa

Diga a quem se importa
Escreva a quem tenha tempo
Eu estou indo embora
Serei tão rápido quanto o vento

Espere por quem volta
Esteja pra quem chega
Siga e implante a revolta
Seja a mira dessa arma

Suporte até o final
Não espere recompensas
Siga um plano ilegal
E talvez tudo fique na mesma

Pergunte a quem responda
Sugira a quem te confunde
Feche os olhos só pra morte
A fuga é humilhante

Peça quando precisar
Sangre por amar
Enfrente para guerrear
Perdoe-me por errar

sexta-feira, 11 de julho de 2008

E bom... Viva.

Como passamos desapercebidos
Como somos descuidados e inocentes
Tudo perde a graça
E não vemos problema nenhum.

Agradeço por ter descoberto as coisas ruins
De uma maneira indireta ao meu corpo
Agradeço pelas pessoas próximas a mim
Nem sempre meus amigos, mas levam um pouco do meu carinho.

Sim, somos um pouco de pena.
Um pouco de fúria, mas tentamos ser também.
Um pouco de loucura
Os minutos são contados como anos, e assim vivemos.

É um trem que não faz falta
É um ônibus que demora
Preservamos o pouco tempo que nos resta
Mas não cuidamos.

Eu fugi um pouco do estilo
Pra escrever algo sem sentido pra mim
Mas que talvez bata a sua porta como uma resposta
E bom... Viva.

Me salvar

Meus olhos
Se abrem por minha boca
Que tampada está
E me impedem de qualquer barulho

Minhas cicatrizes
Por toda a parte demonstram o que não conto
Por medo...
Por pavor...

A luz vai apagar
E meu sono acaba
Por deus... Eu não sei o que é sonhar
E seus ouvidos não captam as marcas

A noite é cumprida de mais
Pra que eu consiga entender tudo
Meu corpo não vai agüentar
Mas meus lábios cerrados inibem qualquer ruído

Eu não sou um animal
Eu não sou um penico
Eu não me defendo
Eu sou conivente?

Por favor, perca o sono junto comigo.
Atrase sua ida apenas uma vez mais.
Afaste os poucos minutos de perto de toda uma vida
E talvez ainda possamos me salvar...

Destirônico

Não sou uma delicada boneca
Não mecha em meus braços com tanta delicadeza
Não olhe pra mim com carinho
Eu não sou um terço do que você pensa

Não me tire daqui
Eu não quero me transformar novamente
Estou deixando as coisas acontecerem
Não arrisque falar que me entende

Estou sentado lendo alguma coisa
Que me estimule produzir algo parecido a você
Seco e inanimado... Puro
A semelhança é algo que não da pra perceber

Desculpe-me por manter vivo em mim
O orgulho...
É tudo dão agressivo
Que me protejo nesse cobertor de espinhos

Saia de mim!
Tão pouco dentro, tão limpo depois de tudo.
Tão esquisito, tão pouco e mudo.
O erro humano se propagou novamente na promessa

Eu deixei vazar por algum motivo
Mesmo sabendo que você não se importaria em escutar
Então me ataque!
Eu não vou sobreviver, mas não vou deixar muitas bocas falando...

Em pleno vôo eu posso cuspir isso na sua cara
Não venha me falar de honestidade, eu sou insano de mais.
É tudo tão mascarado, que eu vou trincar seus sonhos com isso
Não me perdoe por que é totalmente proposital

Você é doente!
Eu sou doente!
Me diga do que é feito a confiança
Você mente!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A senhora das Palavras

Eu sou a senhora das palavras
Absoluta, reino, domino, controlo
Elas são minhas e minhas só
Na verdade, muitos gritarão ao vento
Esta mesma afirmação
E apesar da imensidão deste mundo
Apesar dos talentos que vejo aflorar
Em floreios e rimas
Em profundas sim, sinuosas até
Encantadoras combinações
E composições ousadas
Atrevo-me a dizer... são parcas... são frouxas...
São infinitamente menores que as minhas
Não sabem dizer,
Não sabem contar histórias,
Não sabem atingir o alvo...
Os humanos corações
Como as minhas palavras
Perdoem-me, não é altivez... não é bravata
É simples constatação
Outros podem, rasgar seus versos
Embebedar seus poemas
Mergulhá-los em mel tentando
Sem conseguir é claro...
Tornar doces, acres, poderosas
Suas rimas
Podem gritar impropérios
Podem, tentar, tentar e tentar em vão
Porque eu sou a senhora das palavras
Absoluta, reino, domino, controlo
Elas são minhas e minhas só

Ceres Xisto

segunda-feira, 7 de julho de 2008

As mudanças serão feitas

Perdemos o rumo distorcido das palavras
Desafinamos os cordões buscando a afinação
Estamos a uns passos do impossível
E você o que me diz?

Somos a cor do desconhecido
Sabemos como é o perfume do mistério
Já vimos de perto à morte
Abraçamos o perigo sem esperar pela sorte

É tudo tão incerto e certo
É tudo tão confuso ainda aqui dentro
Parado, e ao mesmo tempo vivo.
Sou apenas um erro tentando fazer tudo dar certo

Se foi.
Assim como todas as certezas que eu já tive
Assim como um dia eu esperei sem saída
E tive por você uma vitória digna

Se foi.
E sem duvida nenhuma fará falta
Darei a certeza de que meus pensamentos
Voarão pelas fechaduras trancadas atrás de você.

Darei a todas as minhas qualidades méritos a você
Darei a todos os meus defeitos espinhos por te perder
Darei a minha vida um pouco mais de atenção
Não vou mentir, o sorriso que exibo é a maquiagem que passei em meu coração.

Escuto a porta se bater
Sim, os passos são os de quem não voltará mais.
Sim, o erro foi meu e de ninguém mais.
Não fugirei da responsabilidade, te perdi e peço que por favor não sofras mais.

Eu seguirei por um tempo
No anonimato sem que você perceba
E talvez você não veja
As mudanças que serão feitas.

Mas não quero exibi-las
Não quero que veja nenhuma delas por propósito
Quero que quando você se der conta e perceber
Quero que entenda que todas elas foram por sinceros remorsos

Hoje semente
Amanha pretensão de ser bom fruto
Hoje errante
Amanha seguindo os passos deixados do seu futuro...

domingo, 6 de julho de 2008

A Última Ferida

Se quebrares meu coração
Talvez eu chore, talvez eu sofra
Se o apunhalares, talvez eu sangre
Mas certamente me reerguerei
Mais forte, mais protegido
Das agruras da vida
Das terrenas traições
Infelizmente, menos aberto à novas emoções
Quanto mais profundo o amor
Mais profunda a ferida
Mais dificil de cicatrizar
Se ferires o amor
Lembre-se que certas feridas
Podem ser mortais
Se o matares
Talvez ninguém o possa fazer ressicitar
Se escolhestes outros caminhos
Alheios de mim
Aceita o fato
Caminharás sozinho
E se neste caminho solo, as lágrimas encontrar
Não estarei mais lá para enxugá-las
Certas portas só uma vez podem ser cruzadas
Certos objetos, uma vez quebrantados
Não podem ser refeitos
Mas a vida é cheia de escolhas
Que devem ser feitas inexorávelmente
Por mais que eu lamente as suas
Devo continuar meu caminho
De forma reta, de cabeça erguida
Ciente de que tudo o que fiz foi correto
Meu caminho segue...
Para o desconhecido como sempre
Mas agora, distante do teu
Mais uma noite me encontra
Entre ilusões alquebradas e esperanças destroçadas
Que o amanhecer
Traga-me outra tantas certezas
Outra força... Um novo fôlego
O mesmo sol...
Um novo dia e o unguento...
Para a última ferida.

Ceres Xisto

sábado, 5 de julho de 2008

só depois de cair no inferno eu sei como é a dor.
dor... dor de saber q perdi voce.
a dor de saber q voce nunca mais vai estar do meu lado...
minha vida ja não vale mais nada, perdi o que tinha mais de precioso voce....
e agora o que sera de mim sem voce...
para onde irei correr.
queria nunca nascer.
para nunca te fazer sofrer.
as desculpas não adiantaram.
só me resta o caixão.
é a pior dor do mundo... nunca senti algo igual parece que não existo mais.
sei q isso é pouco para mim ...
mas me perdoa???
minha vida não vai ser mais igual sem vc do meu lado...
sei q te iludi...
mas estou rearrependido por tudo...
e como se não vivesse mais... o que sera de mim agora.
sem seus carinhos, sem seu amor...
sem seus conselhos...
não há mais vida... apenas morte...
é pior q tudo neste mundo, mas sei que voce esta se sentindo pior que eu..
mas te peço desculpas...
o mundo desmorona..
o chão se acaba...
nossa vida destruída...
não há mais nada q eu possa fazer?
para te-la de volta...
desculpa por ter te magoado...és minha vida vagar na solidão.

Carlos Sampaio Neto

segunda-feira, 30 de junho de 2008

AS FLORES

As flores não sabem quem eu sou.
As flores não sabem aonde vou.
As flores não sabem o que eu digo.
As flores não sentem o que eu sinto.
As flores não me entendem.
Eu não seu nada das flores.
Eu não quero ouvir o que as flores me dizem.
As flores são tolas que bailam com borboletas.
Umas flores me amam, outras me odeiam.
Todas as flores concordam,
Que não sou uma unanimidade.
Algumas flores não me querem ver na solidão.
Outras me desejam a maior das angústias.
Eu não me importo com tais flores.
As flores não entendem que é preciso ter segredos.
As flores não aceitam que nem todo mundo é igual.
As flores me dizem que é assim mesmo.
Eu sorrio e engano as flores.
As flores acreditam nas minhas mentiras.
Mas as flores não me olham nos olhos.
As flores também mentem.
Algumas flores mentem por amor.
Talvez as flores não saibam o que eu sinto.
Talvez as flores não saibam que eu minto.
Talvez as flores sejam cegas.
Umas flores sorriem para mim.
Outras não habitam o meu jardim.
Todas as flores me olham passar.
Algumas flores me acenam.
Outras me mostram seus espinhos.
Mas nenhuma realmente me vê.
Minhas flores não sabem do coração.
Minhas flores não ouvem o pranto.
Minhas flores não sentem a dor.
Minhas flores não me entendem.
As flores enfeitam as festas.
As flores me espiam pelas frestas.
As flores perfumam.
As flores persistem.
As flores flutuam.
As flores assistem.
As flores às vezes não resistem.
Às vezes acho que sequer as flores existem.
As flores me falam.
As flores não calam.
As flores não sabem cantar.
Mas as flores encantam.
As flores colorem.
De vez em quando, acho que as flores sofrem.
Eu deixei minhas flores na chuva.
Deixei minhas flores no frio, no abandono.
Eu não tenho coração.
Não tenho pena das flores.
As flores sabem e ainda assim me amam.
As flores choram.
Eu as ensinei a chorar.
As flores sabem que não podem confiar em mim.
Mas as flores nunca perdem as esperanças.
As flores se sentem sozinhas.
As flores têm saudades.
A flores aprenderam a sonhar.
As flores acham que amanhã tudo vai ser melhor.
As flores são patriotas.
As flores marcham juntas a caminho do futuro.
As flores têm ideais.
As flores não sabem que os dias são todos iguais.
As flores ainda acreditam na justiça.
As flores não conhecem a verdade.
As flores não vêem além do muro.
As flores não sabem do escuro.
As flores não conhecem o sangue e o suor.
As flores são inocentes.
As flores são como crianças.
As flores estão apaixonadas.
As flores não sabem de nada.

Ceres Xisto

sábado, 28 de junho de 2008

Só silêncio

A janela me chama, como uma porta aberta para outra dimensão
Outro estado de espírito, outra faceta de mim mesma
Outro pedaço, aquele que falta da minha alma
Correm as nuvens nos céus...
Meu espírito inquieto quer correr com elas
Levadas pelos ventos elas flutuam
Meu coração quer flutuar com elas
Na imensidão infinita desse azul
Desapertar meu peito
Deixar escapar esse grito que retenho a tanto tempo
Mas eu não tenho asas, não posso voar
A vida retém meus passos no chão
Já não alcanço mais a altura dos sonhos
Já não suporto mais a claridade
Meus olhos buscam a tristeza e a escuridão
Aqui na terra elas são tão mais palpáveis, tão mais reais
Ninguém pode ver através de mim
Nem ver através dos meus olhos
Apesar de sentir-me tão transparente às vezes.
É só silêncio agora no triste amanhecer
É só silêncio aqui dentro de mim.

Ceres "Shao" Xisto

terça-feira, 24 de junho de 2008

Algo que eu não beberia

Eu provei do sangue que você me ofereceu
Eu vesti a roupa que você me deu
Eu desafiei tudo o que você temia e venci
E agora quem morreu?

Explodindo aleatoriamente em nossas mãos
A responsabilidade que detestamos
Eu não vou perder um minuto da minha dor nisso
Alguém por favor, me diga onde estamos.

Ela está se entorpecendo
Enquanto ele assiste a tudo preso de mais
A um litro de algo que eu não beberia
Não por medo... Mas talvez me falte tempo

Sinta-me entrando no seu perigo
Estou quebrando as correntes que nos prende
E talvez você me diga
Quebre-me

Sinta-me entrando em seu sonho
Estou renovando o que foi apagado
E talvez você me diga
Quebre-me

domingo, 22 de junho de 2008

Solitários

Varre a madrugada o vento
e o orvalho noturno cai gelado sob o topo dos prédios
deixando tudo mais cinza e mais nublado
Sei que parece estranho, mas eu posso ouvir ressoantes
as batidas de diversos corações, ecoando noite andentro
corações solitários... diversos... ímpares... isolados
São tantos, tantos... e eu me pergunto
Se nesse mar de solidão em que navegam
Não poderiam eles encontrar outros
corações solitários... diversos... ímpares... isolados
que então... pulsando uníssonos deixariam de ser assim tão sós
Deixariam de tristemente contemplar a madrugada
de assistir ao vendo varrendo a madrugada
e o orvalho noturno cair gelado sob o topo dos prédios.
Sei que pode soar estranho
Mas o mundo é tão grande, tão grande...
Que me parece impossível que não exista
vagando na imensidão das possibilidades
um para para cada um desses corações
que hoje eu apenas vejo bater assim tão
solitários

Ceres Xisto

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Atitudes suicidas

Como um doente suicida eu vivia
Em más sucedidas obras pra acabar com a minha vida
Era tudo tão doloroso e quente
Que eu me esqueci de perguntar se ainda sou gente

Nessa porra de respiração
Sentimos tudo na pele em forma de tensão
A qual vocês são obrigados a viver
Assistindo as minhas falhas tentativas... As atitudes suicidas

Dizem que é errado
Algumas crenças dizem que não presta
Mas a morte é uma forma de luta
E pra mim é a única coisa que me resta

Mandam-nos dizer, votar e comprar!
Mas somos mais que isso
E ninguém quer notar

Mandam-nos dizer, votar e comprar!
Queimando até a ultima caloria
Pra você começar a se respeitar, lixo.

Hipocrisias

É tudo uma mentira!

Eu cansei de vestir a hipocrisia
Cansei de sentir meus ouvidos sangrando
Cansei de tudo absolutamente
Cansei... De morrer sempre por porra nenhuma e por você!

Venha com essa mentira pintando minha ilusão
Se não for construir não derrube seu porra
Meu final
Não será no abismo como o seu!

Você falha como folha úmida
É involuntário
É tão errado quanto puro
O seu final não será perdoado... É tudo uma mentira!

Colocando as barreiras pra baixo
Como se nunca tivessem estado aqui
Eu mijei em tudo por aqui
Até que infectasse, todas as feridas.

Você vê toda a sua glória
Com essa cara de bunda congelada, sorri.
Só esperamos que você encontre uma forma
De nos tirar daqui!!!

terça-feira, 17 de junho de 2008

MALDIÇÃO IMPERDOAVEL

Estou enganado uma pessoa ou não.
Maldito coração.
Estou fudido.
Em um mundo cheio de espinho.
Já não sei mais que sinto.

Se é tristeza ou se é amor.
Se é alegria ou dor.

O suicídio.
É o ultimo recurso.
Estou confuso.

Mas sei bem o que quero.
Te quero.

Você é:
Meu futuro.
Meu passado.
Meu presente.
Minha mente.

Eu almejo lhe ver.
Eu almejo te ter.
Linda.

Carlos Sampaio Neto

quinta-feira, 12 de junho de 2008

TE AMO E TE QUERO

Estou –me acabando.
Estou morrendo.
Estou-me diluindo.
Mas eu te amo.

Tu és minha.
Oh! minha amada.
Linda.
De toda minha vida.

Eu te amo.
Eu te quero.

Estou muito triste.
Estou me crise.
Eu não lhe vejo.
Mas te desejo.

Sou seu escravo.
Sou seu namorado.
Sou seu esposo.

Eu te quero.
Gritar para o mundo inteiro.
Que te desejo.

A minha salvação.
É o meu sepultamento.
Com o meu contento.

Arrancar-me meu coração.
E me salve desta solidão.
Eu te amo.
Eu te quero.

Eu te amo.
Eu te quero.
Eu te amo.
Eu te quero.
Eu te amo.
Eu te quero.
Eu te amo.
Eu te quero.
Eu te amo.
Eu te quero.
Eu te amo.
Eu te quero.

Amo.
Quero.
Amo.
Quero.
Amo.
Quero.
Amo.
Quero.
Amo.
Quero.
Amo.
Quero.
Amo e quero.
Você...

domingo, 8 de junho de 2008

ELO PERDIDO

Meu mundo.
Meu tudo.

Minha tristeza.
Minha alegria.

Minha dor.
Meu odor.

Meu nada.
Minha casa...

sábado, 31 de maio de 2008

Hipnose

Finalmente o poeta alcança o infinito, e toca-o
Finalmente ele alcança o impossível e abraça-o forte
No vislumbre do sonho que ameaça tornar-se real
Enquanto olham em seus olhos
Transformando tudo em borrão e em poeira
Aniquilando as demais sensações e sentimentos
Veste o poeta, imperceptivelmente, irremediavelmente então
aquele sorriso estúpido
impossível de varrer dos lábios
Sente-se avassalado por este incomensurável assombro
Estarrecido no apenas observar...
Não encontra as palavras para descrever
e quando as encontra
Elas esmaecem em segundos
e novamente se perdem
Enquanto também ele se perde na contemplação
Não pode explicar
E o poeta vê-se emaranhado
Falto de suas companheiras, as palavras
Falto de expressões
De seu talento mais caro, roubado
De seu esmerado orgulho, despojado
Só o que existe agora é...
a respiração em suspenso
A falta total e completa de controle
a melíflua hipnose.

Ceres Xisto.

PARA QUE SEGREDOS?

Com a minha vida se indo.
Meu coração esta se partindo.
As contrações estão constantes.
Parecendo diamantes.

Você é linda.
Como um raio de luz.
Como você me seduz.
Você me anima.

É como uma droga.
Só que vivo em abstinência.
Necessito-te...

Chaga a ser uma rotina.
Tão maldita.
Que fico me agonia.

A cada minuto.
A cada segundo.
A cada milésimo.
Sinto-me mais aflito.

Na tua presença.
O mundo para.
O tempo para.
Menos o meu coração...

Carlos S. Neto

quarta-feira, 28 de maio de 2008

FÁBULA

Eu sou a estranha entre os mundos.
De estranhas atitudes e pensamentos.
Do estranho lago de sombras ergui-me.

Sou a rainha da estranha montanha de gelo.

Dona de um coração gelado.

E de gélidos pensamentos.

Atravessei a estranha floresta,

Que fica além do meu reino.

A floresta de negros troncos.

Para até aqui chegar.

Em minas prateadas asas,

Carrego mais perguntas que respostas.

Soltei meus cabelos ao vento norte,

Voltei meu rosto para o sul.

Acordei o sol aos sussurros.

Na hora exata em que chegava a alvorada.

Volto ao lago negro de tristezas.

Volto ao gélido castelo.

Volto e vivo entre os mundos.

Sou a estranha figura.

Leia-me em meu estranho sorriso.


Ceres Xisto

ESBOÇOS

Por mais que cerrasse os dentes,
Não conseguia reter o choro.
A dor que transforma em lágrimas.
Derrama-se em saudades.
Um nunca encontrar.
A vida em um olhar.
A vida de um olhar.
Infinitos desencontros.
E velas ao vento.
Contrários ventos que afastam.
Dolorida despedida.
Meu porto. Navio Perdido.
Os ventos em ondas.
Vendavais nas ondas.
Mistura areia e sangue.
Suor e lágrima.
A possibilidade dos sonhos.
O coração rachou na despedida.
Ânsias tênues como fragrâncias.
Orvalho, pétalas.
Montanhas enfeitadas de cores.
A loucura não tem leme, não tem norte.
A vida é só esperança e nada mais.
O botão que não chega a abrir.

Ceres Xisto

OLHOS NOTURNOS NO ESPELHO

Faíscas fugidias de um raio de luz,
Iluminam os terríveis olhos que miro no espelho.
Procuro não pestanejar.
Não temer, não hesitar.
A noite já percorreu metade de seu caminho,
Rumo ao alvorecer.
Estou novamente desconfortável.
Atrás das pesadas cortinas
De negro veludo que se abrem sem rumor.
Meu caminho parece por demais longo.
Não iniciado e infrutífero.

Ceres Xisto

A LINHA

Eu sou a linha,
Que aponta e alinha.
A linha que corre e desfia.
Que fixa a ponta e segue sozinha.
Que sobe desce e rodopia.
Que limita e imita.
Que sai do triângulo, entra no círculo,
E se perde no quadrado.
Linha de mil cores,
Sem amado ou mil amores.
Segurando a ponta da rima
Num entra e sai sem fim, sem trégua.
Sou a linha pintada no quadro.
A linha que simboliza (sem ser simbolista).
Sou linha romântica (sem ser romancista).
Sou a linha sem ética na poética da poesia.
Sou, fui e com certeza serei.
Que transito, me subordino.
Brincadeira de verbos.
Eu me sujeito, me abjeto em objeto,
Direto ou indireto.
Sou aquela linha, infinita na geometria,
Feita de pontos.
Sou a linha que traça o rumo dos contos.
Que sobe e desce pelos tecidos.
Sou a que não foi, mas poderia ter sido.
Sou imaginária entre as fronteiras.
Determino os limites, do ser, do não ser,
E de todas as suas questões.
Sou sinuosa nas ladeiras.
Sou o sobe e desce íngreme das cordilheiras.
Todos os ângulos e mais um...
Aquele que você esqueceu de olhar.
Sou o reto das avenidas.
A linha reta do coração que se esqueceu de pulsar.
Sou o fio do telefone.
Sou o que no meio da noite velo.
Sou o fio daquele novelo,
Do gatinho cor de marmelo.
Sou o fio de linha amarelo.
Sou o laço que ata tanta gente.
Sou a veia onde corre o sangue.
Linha quente e sinuosa.
Sou a vida por um fio,
Que me escrevo em linhas tortas.
Sou o batente de todas as portas.
Sou o fio de vida que corre,
Dos dedos dos pés aos das mãos.
Sou a linha branquinha que faz arfar o coração,
Das mãos que empinam a pipa,
Que faz seu balé no vento.
Sou a linha colorida do cata-vento.
Sou o barbante enrolado no pião.
Sou o laço que prende a trança da menina.
Sou quem fez o vestido da boneca.
Sou também linha férrea.
A negra linha do metrô, que vou e volto.
Por caminhos ora retos, ora curvos.
Subo, desço, me escondo no túnel.
Deixo os vagões escorregarem por mim.
Sou também linha de aço.
A linha de arame (às vezes farpado).
Eu me enrosco e crio cercas.
Crio grades, muros altos.
Que separam, apartam, estigmatizam.
Eu era a linha do desenho.
Agora sou a linha do pensamento.
Que subo, desço, entro, saio e me perco.
Que volto atrás para poder seguir em frente.
Sou a rima sem ritmo que entra e sai de cena.
Sou a linha do papel onde dança o poema.


Ceres Xisto

domingo, 25 de maio de 2008

Eu Sou

O mundo é torpe em suas vilanias
As pessoas são pequenas e fracas
São vãs, efêmeras e absurdas
Elas choram, se rasgam, se desesperam
Ante o inevitável
Eu não sou tão forte,
eu sei que às vezes também choro,
Mas ante o inevitável
Diante de males incomensuráveis
Quando a desesperança se apresenta
Eu luto
Muitas vezes com lágrimas nos olhos
Muitas vezes prendendo o choro
Muitas vezes a voz embargada
Procurando as palavras
Escolhendo as sentenças
Escondendo meu coração atrás das frases duras
Mas eu luto,
cerro os dentes, respiro fundo
E lanço-me adiante, à batalha
Não é a vida em si uma guerra?
Não se trata apenas
Dia após dia, de sobrevivência
Mas eu tento levantar mais forte a cada dia
Não posso me entregar
Não posso esmorecer...
Eu imagino, eu sonho
Eu escrevo e com meus versos eu transformo
Transformo minha dor em força
Eu imagino e então... sou!
Sou mais forte que a maioria das pessoas
Eu sou o dragão...
Eu não olho o mundo do baixo
Eu observo a tudo do alto
Estendo minhas asas e elas alcançam o infinito
Rasgam os céus, derrubam as estrelas
Eu respiro e meu hálito é fogo
E de fogo são as palavras que profiro
Eu transformo as coisas então tudo é possivel...
Todo mundo está aos meus pés...
Logo alí ao meu alcance...
E eu não tenho mais medo do mundo
Eu sou a força transformadora e o destino é meu escravo

Ceres Xisto

Janelas e quartos da mente

Estamos em cima de um piso trincado
Andando em cascas de ovos
Pra não sermos encontrados
Falando sobre o que sabemos, e pensamos.

Estamos cobrindo com a maquiagem que nos foi dada
Fingindo que gostamos disso tudo
De caras amarradas
Engolindo como água, as lanças em brasa.

Vivemos escondidos
Por mascaras da sociedade
Engolindo nossas opiniões
Fingindo sermos cegos, não apontando os vilões.

Eu sinto em mim uma perda
Das coisas que não consigo me lembrar
Eu não dei tanta atenção no começo
Mas hoje começam a importar

Decidi não fazer mais nada direito
Por que talvez o erro esteja ai
Hoje eu posso dizer que vivi minhas 24 horas
E não digo que me arrependi

As janelas começam a se fechar
Eu vejo o ultimo raio solar acenando
Mas eu sei que não é pra sempre
E talvez eu ainda esteja sonhando

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Coadjuvante sem historia


Fede o que você vem tentando fazer
Por tanto tempo você vive e não pode se reconhecer
Vê em mim uma saída pra tudo
Eu já cansei disso... Vá se foder!

Se rebatendo em pedaços quebrados
De atitudes já tomadas
Você lambe meu passado como se fossem feridas abertas
E tampa tudo com a velha desculpa de merda

Eu pensei que fosse por um tempo
“Saia de mim, não tente ser o que você não é.”
Eu cansei de ler isso nas suas coisas
Mas sempre via um espelho em seu rosto

Tudo continua jogado
E é ridículo você tentar provar o contrário
Por que tudo o que você faz, lembra meu passado.
Eu penso se você se engana ou se continuo fingindo ser enganado?

Você não passa de um merda
E talvez tudo isso vá fazer você pensar
Sangue suga é foda
Coadjuvante sem historia!

Eu não quero mais pensar nisso
Enjoa-me, e da ânsia.
Não me olhe como uma prostituta se vendendo
Eu não tenho pena do que me estranha

Eu não tenho culpa se você vive nas minhas sombras
Se alimenta da minha historia e não tem gloria
Eu devo ter pena de você?
Coadjuvante sem história!

E não será assim que um herói morrerá


Eu quero poder me importar
Mas é estranho como as coisas se afastam
E é uma luta só pra poder continuar
Comece a sonhar...

São as pequenas letras que se escondem
E que não damos atenção
Mas são estas que fazem diferença
Quando tratamos do coração

Espero estar jogando a coisa certa fora
Eu odiaria me olhar no espelho e sentir vergonha
Do passado que me empurrou
E eu não quis dar passagem

Você sente que perderá
E que não durará por muito tempo
Mas mesmo assim você se senta
E deixa seus braços cruzados por medo

Você não se cansa?
Eu queria poder te perguntar
Mas o tempo é pequeno de mais pra quem se preocupa
E o pra sempre se tornou vergonhoso de mais pra se acreditar

Você gostaria de lutar
Mas se sente preso
Pelas palavras e pensamentos antigos
E do mundo, você se aderiu aos vícios.

E não será assim que um herói morrerá
Eu posso estar trincado agora
Mas daqui a pouco eu vou me levantar
E estarei lá mais uma vez pra te salvar

O que eles querem?

Querem que eu seja como todos
Mas todos são covardes de mais
Querem que eu seja como todos
Mas todos são iguais de mais

Eu não tenho medo de morrer
Eu não quero, mas não me importo.
Prefiro ser excluído
Não me compare com todos

Querem que eu seja como todos
Mas todos são medrosos
E não lutam pelo o que mais querem
Temem a dor, e pesadelos perigosos.

Querem que eu seja como todos
Querem que eu seja como você
Querem tanto isso
Que não sei por que fui nascer

Tome, faça disso o seu troféu
Merda nenhuma aqui pra mim tem valor
Eu desisto
Onde posso vender todo o meu amor?

Eu renuncio a vida
E quero vender meu corpo
Eu vejo tanta força de vontade
Sendo jogadas ao fogo


domingo, 18 de maio de 2008

Requem
Sangue sumo...
Está consumado
Sangue, sedoso...
Está selado
Sangue, sangrento...
Você tem que estar sempre atento
Para que não esteja acabado
Sangue, puro...
Está purificado
Sangue, sujo...
Está sujeito a acabar em um tumulo negro

Carlos Sampaio Neto

sábado, 17 de maio de 2008

A Torre

Do alto da minha tristeza
Uma torre escura que ergueu-se dentro de mim
Eu observo o tempo passar implacável,
Devastando os amores
Envelhecendo, adoencendo as pesspas
E eu choro

Do alto da minha tristeza
Da torre fria envolta na neblia
Minha alma observa o poder do mundo
e a destruição dos sonhos.
E ela dói, mas não dói sozinha
A dor agora é física também
Minhas entranhas se contorcem
Meu semblante esmaece
E as pessoas no mundo percebem
Então me afasto da janela e choro

Do alto da minha tristeza
Da minha torre de mármore e de segredos
Eu apenas observo sem tomar parte
Tanto eu quis... não sei se ainda quero
Nunca foi o que sonhara nem será
E por não pertencer
Longamente eu choro

É noite, é silêncio dentro da torre
É confusão dentro de mim
E eu choro mas as lágrimas
Não chegam aos meus olhos
Elas escorrem elas escorrem para dentro de mim
Represando as tristezas
Aprisionando minha alma

Ceres Xisto

sexta-feira, 16 de maio de 2008

VOCÊ

Deitado estou.
Pensando em ti estou.
Olha como eu sou.

Você é linda.
minha esposa.
Esta sozinha.

Uma hora.
Eu vou chegar.
É só me aguardar.

Vou fazer aquilo tudo que lhe prometi.
Só para ti.
A minha dor não acabou.
Apenas aumentou.

A agonia esta crescendo.
Parece que estou perecendo.
Nada mais me interessa.
Só você me resta.

Ai ai ai aaaaaaaiiiiiiiiiii!
É a dor que esta vindo.
E esta me partindo.

Deitar-me-ei.
E dormirei.
E sonharei.
Contigo.
Para que a dor diminua...

sábado, 10 de maio de 2008

Tudo Aquilo que Nos Atrevermos a Sonhar

Varre-me a noite, como um vendaval de trevas
Eu nada ouço, nada sei
As vozes sábias calam, enquanto as tolas falam
Andávamos perdidos você e eu
O mundo era azul e flutuava
no negrume intergaláctico do universo
As palavras são grilhões amor,
Por isso não digo o que eu sinto.
Os meus sonhos te libertam,
Mas apenas eu sei, você não sabe.
Já é hora do sol nascer, mas ele inssite em dormir.
Já é hora de eu te dizer,
Mas ainda não sei com quais palavras.
Despertei de um sono incômodo
Que inssistia em me roubar os pensamentos.
Os seus olhos eram azuis e flutuavam,
No negrume infinito daquela dúvida.
Nesta mesa, nesa sala, nesta casa...
Neste imenso prédio eu me pergunto,
e pareço ser a única a fazê-lo.
Haverá um final feliz
Para este contemporâneo conto de fadas que vivemos?
Ou apenas despertaremos todas as manhãs
e descobriremos atônitos
Que há apenas a realidade incolor
e as cinzas cidades onde vivemos.
O meu sonho era azul e flutuava,
No negrume finito da noite.
A realidade possui grilhões amor
Por isso não desperto, não ainda...
Não enquanto houver noite
E adormeço também durante o dia nesta cidade incolor
Despertos, estamos adormecidos a caminhar
E vivemos e viveremos tudo aquilo
Que nos atravermos a sonhar

Ceres Xisto

Doce veneno

Estou me acabando com isso
Meu mundo é um lixo
Onde minha deusa despeja todas as impurezas nesta merda que sou!!!

Estou me acabando por dentro
Como se fosse formado de vento

Minha deusa eu clamo por ti
Esperando uma salvação
Mas encontro me com a solidão
Seus lábios são quentes encosto no meu rosto friu
Você chega ser hostil

É esse o mal que tenho
Com esse veneno...

terça-feira, 6 de maio de 2008

Coadjuvante sem historia


Fede o que você vem tentando fazer
Por tanto tempo você vive e não pode se reconhecer
Vê em mim uma saída pra tudo
Eu já cansei disso... Vá se foder!

Se rebatendo em pedaços quebrados
De atitudes já tomadas
Você lambe meu passado como feridas abertas
E tampa tudo com a velha desculpa de merda

Eu pensei que fosse por um tempo
“Saia de mim, não tente ser o que você não é.”
Eu cansei de ler isso nas suas coisas
Mas sempre via um espelho em seu rosto

Tudo continua jogado
E é ridículo você tentar provar o contrário
Por que tudo o que você faz, lembra meu passado.
Eu penso se você se engana ou se continuo fingindo ser enganado?

Você não passa de um merda
E talvez tudo isso vá fazer você pensar
Sangue suga é foda
Coadjuvante sem historia!

Eu não quero mais pensar nisso
Enjoa-me, e da ânsia.
Não me olhe como uma prostituta se vendendo
Eu não tenho pena do que me estranha

Eu não tenho culpa se você vive nas minhas sombras
Se alimenta da minha historia e não tem gloria
Eu devo ter pena de você?
Coadjuvante sem história!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Renascer

Renasce das cinzas meu poema, como a fênix
Renasce e revela ao mundo as suas cores
mesmo que sejam elas assim mesmo
monocromáticas e sem graça
mesmo que não tenham dourado,
mesmo que da fênix mesmo
só tenha sobrado o pó

Mas recubra-se de verdade
sem absolutismos e sem soberba
mas também sem falsa modéstia e fingida humildade
seja apenas o que é...
sem temer ser
sem desrespeitar ninguém
principalmente a si mesmo

Sem sorrisos rasgados com certeza...
talvez um luzir apenas... de relance
Uma leve insunuação de alegria nos lábios

Sem mistérios profundos ou segredos profanos
Mas sem desvendar-se por inteiro porque...
teus mistérios encantam
eu sei...

Renascem do pó, das cinzas minhas palavras...
Como labirinto guiem meus passos
Incertezas... questionamentos...
Planos vagos...

Renascendo em mim...
o que eu nem lembrava existir...
Procurando encontrar,
algo ainda não perdido, algo ainda não possuído

Fortuitamente estendo os braços
Na esperança vaga de que
possa estar em meus versos
As perguntas que não ouso ou não sei fazer
e as respostas que um dia...
espero encontrar
quando por fim
renascer em mim
a coragem de sofre e a vontade de sonhar

Ceres Xisto

Um instante

Surge minha alma, solta na gélida brisa
Surge solitária pouco antes da alvorada
Não houve sonhos nesta longa noite
Nada foi meu por muito tempo
Nada mais que o necessário
O céu nublado me impediram
Ironia,
De ver o sol triunfante no céu
Mas não puderam esconder sua luz
As pessoas na calçada, são vazias
Meus pertences na prateleira,
Não são meus de fato
São objetos emprestados pela vida
Não sei dizer o exato momento
Em que tudo foi completo,
Tudo foi exato
Talvez tenha sido no momento preciso
Em que o silêncio reinou absoluto
Eu quiz fechar os olhos
Numa prece silenciosa
De agradecimento e súplica
Mas o instante rompeu-se e se foi
Tão depressa e sorrateiramente
Quanto surgira...

Ceres Xisto

domingo, 4 de maio de 2008

Laços de Outrora

Estou me perdendo lentamente nas curvas do destino
Ora sem querer, ora propositadamente
Ora me esqueço, ora prefiro não lembrar
Perdendo-me dos laços que me atavam outrora
Perdendo meus passos por ruas desconhecidas
Feitas de riso, de lágrimas
De prazer e dor
Não olhos mais para trás, para minhas pegadas na areia
Não guardo mais suas formas, suas saudades
Não mais anseio retornar
Tantas e tantos ficaram para trás
Alguns não posso mais resgatar
Outros realmente não quero
Poucos, durarão ainda uma eternidade
Destes, uns não quero perder
O restante eu não posso esquecer
Minhas mãos, meus pés
Minhas palavras e meus passos
Não são mais os mesmos
Me levam adiante agora
Mais adiante que antes julgava poder chegar
Mas ainda não tão longe quanto sonhei
Não tão longe quanto sei
Que ainda irei

Ceres Xisto

Voar nas asas de um dragão

Meu coração é feito de farpas
Pedaços rasgados trucidados
Pela eloquente verdade das minhas palavras.
Minhas ruas, meus caminhos.
Minha vida segue além
Calem-se as vozes estúpidas
Os olhos cerrados às vontades alheias
Afastem-se de mim aves de rapina.
Não me tomem ainda por carcaça,
Não ainda
Há vida neste peito
Há alma neste corpo
e força, muito força nesta mente pensante.
Erguer-me-ei nas asas rufantes de um dragão
Acima da cabeça dos meus inimigos
Num expiro flamejante devolverei os insultos
Devolve-los-ei com o rufanar das minhas vitórias.
Ver-me-ão flutuando altivamente
Fora do seu alcance
Nas asas de um dragão flamejante

Ceres Xisto

sábado, 3 de maio de 2008

PRELUDIO

ao anoitecer.
a tristeza vem me comover.
me escondo numa felicidade ilusoria.
a espera da minha tristeza.
como anjo seifeiro.
arrancando-me minha felicidade e trazendo-me sofrimento.

um anjo de negras assas.
banido do paraiso.
trazendo-me desgraças.
levando tudo que tenho.

minha procura pela felicidade é em vão.
só me traz uma terrivel depressão.
oh que grande maldição.
sofro desta porra de coração.

minha alma chora pelos cantos.
aprocura de abrigos.
que conforte meu coração faminto.
do desejo.

a lua esta a brilhar.
me lembra o seu olhar.
e logo começo a sonhar.
como seria bom amar.

mas é só ilusão.
engano e contradição.
por um amor clama meu coração.
e minha alma por um perdão...

quarta-feira, 30 de abril de 2008

INSPIRAÇÃO

Falta inspiração.
Por causa da depressão.
Não consigo pensar em mais nada.
Só em ti minha amada

Tu queres meu corpo?
Darei-o.
Tu queres minha alma?
Então me liberta.

Serei teu esposo.
Teu escravo.
Teu prisioneiro.

A minha alma chora por ti.
Mas não vou sair daqui.
Amor!
A dor esta aumentando.
Já quase não suporto.
Mas não morro.
E sim te espero...

terça-feira, 29 de abril de 2008

Não me esqueça

Está tudo mais que perdido
Diferente de antes, onde eu via uma lagrima...
Dessa vez eu sei que não serei lembrado
A dor me da certeza disso

Ela foi o que eu sempre quis
Ela me deixava vermelho
Ela me olhava diferente das outras
Mas isso acabou

Não me esqueça
Não me magoe
Eu sempre estarei ali...
Esperando você perto do fim

Está tudo antigo
Por um tempo eu pensei que podia voar
Mas não sou mais do que um sonho
Estou querendo chorar?

Alguém morre pensando na vida...
Mesmo nunca tendo vivido
Alguém está me esperando?
Não, eu sei que estou sozinho

Ela foi o que eu sempre quis
Ela me deixava vermelho
Ela me olhava diferente das outras
Mas isso acabou

Não me esqueça
Não me magoe
Eu sempre estarei ali...
Esperando você perto do fim

segunda-feira, 28 de abril de 2008

† NAQUELA NOITE †

Naquela noite eu comecei te amar.
Comecei me apaixonar.
Naquela noite percebi o quanto é bom contigo estar.
Minha alma já parava de chorar.
Naquela noite senti minha vida renovar.
Percebi o quão é bom te beijar.
E te tocar.
E te acariciar.

Minha alma está sorrindo.
Para o sol que já vem vindo.
Foram dias difíceis.
Foram noites horríveis.
Mas naquela noite tive bons sonhos contigo.
Poderia aquela noite não acabar.
Para eu nunca deixar de te amar.
Naquela noite sem luar.

Queria eu poder estar sempre do seu lado.
Para que nenhum mal venha lhe ser feito.
Acho que já posso te disser o quanto eu te amo.
O quanto eu te desejo.
Dos seus lábios já provei.
O pouco do grande amor que terás por mim.
Sejas minha e aquela noite.
Durara para todo o sempre...

sábado, 19 de abril de 2008

Boa tarde

Talvez você já tenha se cansado?
De chorar sempre pelo mesmo “pecado”
Talvez você já tenha se cansado?
De se esconder como um completo retardado

Você acredita no final perfeito
E desconecta a luz do jardim da frente
Ninguém precisa sentir dor
Quando se controla a própria mente

Eu acreditei como você
E acredite... Sofri como você
Mas eu soube valorizar
O que a solidão tinha a me ensinar

Por que incendiar alguém?
Talvez faça algum sentindo do outro lado da porta
Eu deixei a tranca
Por que não quero ver minhas crianças mortas

Eu pulei atrás do que você tanto valorizou
Cheguei perto da morte que você tanto me falou
Mas nenhuma das duas coisas valem tanta dor
Mostre-me onde realmente você se machucou

Salve-se e não olhe pra trás
Faça o que você sonhou
Eu quero estar aqui
Mas de repente, foi você quem me matou...

Não é magoa que guardo
E não é tristeza
Eu vejo em seus olhos e acredito em seus motivos
Me deixar vivo, seria pouca nobreza

Eu estou ciente dos meus erros
E os levei comigo quando me aqueci de terra
Eu me lembro de suas lagrimas
Como se fossem as chuvas na guerra...

Não se contenha
Não se guarde
Não se esconda...
Se não voltarmos a nos ver... boa tarde...

Ira


Ela vai desfiar
E em alguma parte do meu corpo isso promete doer
Eu não sei o que me deu
Mas de novo me invade a vontade de morrer

Eu queria estar ai
Mas a foto corta minha cabeça como guilhotina
Eu não posso ver o mundo como os “libertos”
Por que a droga da liberdade ainda não me veio

É patético pensar por fora
É incrível ser quem eu sou
E não poder adiar os impulsos
E viver pensando no que passou

Mas agora a realidade mudou
E nenhum filho da puta me avisou
Eu me sinto um retardado
Deixado pra traz por um retardatário

Queime
E antes que sinta a dor indo embora
Queime de novo
Eu quero alguém pra me rasgar por fora

Talvez a dor me faça esquecer
Por Deus eu não me lembro de ter entrado nesse mundo!
Eu quero sair pela porta que entrei
Eu não quero mais pensar que um dia te amei

Essa droga pode me matar
Eu vou fugir pro mais escuro lugar da minha alma
E nem que você seja foda
Você poderá me encontrar vivo

Eu quero ir longe
E ninguém poderá me segurar
Eu sinto uma vontade enorme me consumindo
Eu não quero me controlar

Senhora serpente, vá se foder!

Está com inveja de novo
Por eu acreditar em mim?
Eu vejo em tudo uma oportunidade
E eu agarro todas as que me fizerem feliz

Não vou mais pedir desculpas
Pela sua falta de educação
Também não vou chamar de tempo perdido
O que eu dediquei ao meu coração

Falta tempo ainda
Pra que eu aprenda a dizer adeus
Eu não sei pra que serve a dor
Mas aprendi que nem tudo pode ser meu

A profecia do nada está pronta
E mesmo assim não nos apressamos
Por favor senhora serpente
Vá se foder

A profecia da mentira está incompleta
E mesmo assim não compreendemos
Por favor senhora serpente
Vá se foder

E com tudo isso o mundo vai junto
Pegue em minha mão se quer sobreviver a tanto lixo
...
Onde você acredita estar segura? Embaixo de um antílope?

Descobrimos juntos os segredos do mundo
E não vamos conseguir conter por muito tempo
Deixe-me evitar
A mentira que a serpente insiste em nos contar

MEU MUNDO

Um buraco
Escuro
Imundo
Este é meu mundo

Escuridão
Solidão
Medo
Enterro
Este é meu mundo

Hematoma
Doenças
Lixos
Defuntos
Este é meu mundo

Agonia
Exteria
Buraco
Profundo
Este é meu mundo

Lagrimas
Malditas
Ferimentos
Abertos
Este é meu mundo

Diluído
Em lixo
Este é meu mundo

Lama
Clama
Desejo
Excomungado
Este é meu mundo

Miragem
Lavagem
Monstros
Troncos
Este é meu mundo

Deusa
Despreza
Este meu mundo...
PARA QUE SEGREDOS?

Com a minha vida se indo.
Meu coração esta se partindo.
As contrações estão constantes.
Parecendo diamantes.

Você é linda.
Como um raio de luz.
Como você me seduz.
Você me anima.

É como uma droga.
Só que vivo em abstinência.
Necessito-te...

Chaga a ser uma rotina.
Tão maldita.
Que fico me agonia.

A cada minuto.
A cada segundo.
A cada milésimo.
Sinto-me mais aflito.

Na tua presença.
O mundo para.
O tempo para.
Menos o meu coração...
SEM NADA POR DENTRO

Eu não queria ter coração.
Para não sofrer de paixão.
Eu não queria ter olhos.
Para não ver essa sua beleza que me himpinotiza.

Eu não queria ter nariz.
Para não ter que sentir seu doce perfume de noite sombrio da qual tu vagas por ela.
Eu não queria ter tato.
Para não ter que sentir suas peles brancas, frias, mas que ao encostar-me se torna quente e confortável.

Eu só não queria nascer sem nada por dentro.
DOCE VENENO

Estou me acabando com isso
Meu mundo é um lixo
Onde minha deusa despeja todas as impurezas nesta merda que sou!!!

Estou me acabando por dentro
Como se fosse formado de vento

Minha deusa eu clamo por ti
Esperando uma salvação
Mas encontro me com a solidão
Seus lábios são quentes encosto no meu rosto friu
Você chega ser hostil

É esse o mal que tenho
Com esse veneno...
Odio por dentro de mim
é a fonte de todas as minhasalegrias
principalmente quando estou no inferno.

Estou no inferno sem salvação
a unica coisa que me restade esperança é a solidão

Amaldiçoado sejam aqueles que investem contra mim


cretinos!!!
Estou sentado na escuridão
Chegando lá a solidão
Eles têm razão
Só sofro do coração

Um amor não correspondido
Um fruto proibido
Vejo minha vida se indo
Parecendo sangue se esvaindo

Oh! Doce solidão que sinto
Oh! Que mundo tão maldito
Fi-lo por que qui-lo
Este poema maldito
Por cousa da minha deusa
Que me deixa:
Na tristeza
Na agonia
No desespero
Com medo

O mundo dela é lindo
O meu é diluído
Em lixo

Adorável mundo novo?
Maldito mundo de novo!!!!
RAINHA NEGRA

Eis sim, linda e formosa.
Rainha negra.
Seu vestido tragando luto.
Sossega este meu coração faminto.

Seu corpo escultural.
Meu amor surreal.
Traga-me a vida.
Oh negra rainha.
Sua beleza não se compara com as outras.

Sim, eis bela magestade.
Seus labios como diamantes negros.
De infinita bondade.
Olhos como rubis pretos.
Venha aquetar-me.
Venha consolar-me.

Eis perfeita, divina.
Poesia solitaria.
Traços da vida corronpida.
Sou como escravo cativo deste seu amor.
Cuja a distancia e a travesia terrana me causa uma enorme dor.
Te amo meu amor...

Estou perdida em teu olhar.

estou perdida em teu olhar.
não sei onde posso me encontrar.
minha unica certeza é saber que posso te amar.

neste deserto de solidão.
encontra-se comigo a depressão.
dentro deste mortal coração.

olhos famintos.
cheio de desejos.
sombrio.

na estrada da vida.
andarei sempre sozinha.
o doce veu que cobre seu rosto.
acalenta todos os meus sofrimentos.

minha boca esta selada.
mas minha alma ainda clama.
por sua volta.

a dor é passageira.
como esse sintoma de tristeza.
minha alma clama.
clama para ser amada.

sei que daqui pra frente.
será diferente...

Ei cara

Ei cara
Me empreste seu brinquedo de metal?
Eu prometo não ferir ninguém
A não ser eu mesmo

Ei cara
Onde você esconde seus sonhos?
Eu não posso vê-los
Mas posso senti-los bem perto dos meus pecados

Ei cara
Eu vejo o futuro curto perto dos nossos passados
Eu sinto muito pela perda
Mas não deixe isso te transformar em um retardado

Ei cara
Eu não sou como você
Mas poderíamos ser
O menos diferentes possíveis

Ei cara
Talvez você tenha deixado se apagar para ascender
Eu não tenho nada a ver com isso
Mas isso não é você

Ei cara
Se mexa ou eu não posso te ressuscitar
São tantos tesouros a se procurar
E sonhos a sonhar

Ei cara
Vamos vencer a barreira das palavras
Minhas mãos não enxergam mais
E meus olhos não sentem a suavidade da vida

As plantas e eu

Eu não existo
Eu vivo
As plantas apenas existem
E se limitam a isso

Meus pulmões bombeiam vontade
Enquanto as plantas fazem fotossíntese
Meus olhos procuram atividade
Enquanto as plantas apenas existem

Minha vida se ramifica
As plantas criam raízes
Minha metamorfose é constante
Enquanto as plantas apenas existem

Tenho pouco tempo
As plantas a eternidade
Viver é diferente de existir
Mas o sonho não é tão longe da realidade

Começo a desconfiar
Que a vida tenha lá seu valor
Deixamos isso passar em branco
Enquanto as plantas estão apenas respirando

Destaque de sua vida
Emoções inexistentes
Você viveu meu amigo
A planta... Apenas existiu

Existir é fato
Viver, só vivem os ousados
Estou no limite de minhas forças
Pensando em "Qual será o próximo passo?".
Enquanto as plantas
Foram deixadas de lado

Cezar Sampaio

Choro

Sim, eu choro...
Quando meu coração sangra
Quando ele dói e eu não sei explicar a razão
Eu respiro fundo, tento engolir aquela tão conhecida angústia
Mas o nó na garganta é maior e eu choro...
É eu choro em silêncio, debruçada na janela do meu quarto...
É noite, ninguém pode me ver e eu não quero ver ninguém...
Não são carros, não são pessoas, são apenas borrões disformes
Diante dos meus olhos marejados, são manchas que vão e vem...
Enquanto o vento varre meu rosto
e derruba as lágrimas de minhas pálpebras
E as espalha como chuva.
Eu as retenho nas palmas das minhas mãos
Eu viro o rosto para o outro lado
Eu me escondo na penumbra e aumento o volume do rádio
Não era essa a música que eu queria...
Nunca é...
Ninguém nunca sabe...
Ninguém nunca ouve...
Ninguém nunca vê...
E eu estou tão cansada!
Queria deixar de pensar... Deixar de ser...
Eu choro em silêncio
Mas minhas lágrimas tinham tanta coisa a dizer
E era só o silêncio que eu queria
A paz
Da brisa que varre meu rosto
e derruba as lágrimas de minhas pálpebras
E as espalha como chuva
Eu as retenho nas palmas das minhas mãos
Eu viro o rosto para o outro lado
Eu me escondo na penumbra e aumento o volume do rádio
Não era essa a música que eu queria...
Nunca é...
Ninguém nunca sabe...
Ninguém nunca ouve...
Ninguém nunca vê...

Ceres "Shaolinda" Xisto

Cegos

Eu já perdi a conta
Do numero de cegos que encontrei
E todos eles me diziam
Que nem sempre seremos rei

Eu quero que se foda essa política toda
Eu não me preocupo com o que vem
Eu fico na minha de boa
Por que no final sempre acaba tudo bem

É sempre essa vontade de pintar com dor
As mentiras sobre a felicidade
Eu não me importo em me expor
Talvez a falsidade seja irmã da realidade

Continue escrevendo
Continue se expondo
E talvez ninguém te conheça
Eu não me importo em sentir mais do que a dor

Já está estampado
E eu estou tentando anunciar
Eu não caí ainda
E não vai ser você quem irá me derrubar

Cezar Sampaio

domingo, 13 de abril de 2008

Completos

Não sou imune às tristezas
Nem às intemperes da vida
Não caminho absoluta por sobre os demais mortais
Não sou eu mesma mortal como tantos?
Não sofro eu mesma dos males de todos?
Nem todos os dias são coloridos
Às vezes são cinzas, nublados
E escondem os sorrisos como as nuvens ao sol
Às vezes garoam lágrimas
Às vezes elas trovejam entre soluços
Embora eu tenha escudos, (apenas alguns... eu sei...)
São tão invisíveis quanto os ataques que tentam bloquear
Embora insensíveis, ferir
Embora irrisíveis, cicatrizes...
Não sei evitar as dores
Nem todas as decepções da vida
Não caminho intocável por sobre os demais mortais
Não tive e terei eu mesma tantas dores?
Não vivi e viverei decepções?
Contudo, nem todos os dias são doloridos
Às vezes muitas coisas
estão escondidas por trás dos sorrisos
Embora eu tenha tempo (pouco tempo... eu sei...)
Ele passou e passa, tão depressa... tão devagar...
Embora hajam muitas vozes, sozinhos
Embora sozinhos... completos!

Ceres "Shao" Xisto

Querer

Não quero linhas, quero folha em branco.
Não quero palavras, quero suspiros, sentidos.
Não quero fronteira, Quero o céu, o mar, as estrelas e além.
Não quero sorrisos, gargalhadas, quero alegria.
Quero o sonho dos simples, o sonho da humanidade.
Quero felicidade!
Não quero passos, quero asas, Quero o vento a mil por hora.
Não quero o simples, quero o complicado.
Não quero o previsível, quero o inesperado.
Não quero ver o que há no fundo do poço.
Quero ver o que me espera no alto do abismo.
Não quero murmúrios, quero vendaval de vozes.
Não quero a noite, não quero o dia.
Quero vinte e quatro horas diretas.
Quero o sol, quero a lua, quero o eclipse!
Não quero capacete, quero ar no cabelo.
Não quero o chão, quero o espaço sideral.
Quero o buraco negro.
Quero engolir as galáxias!
Não quero a estrada, quero o mundo inteiro.
Não quero rosa vermelha, quero-a branca.
Quero um jardim inteiro!
Não quero o mar, quero todos os oceanos.
Não quero sol de verão, Quero granizo no inverno.
Não quero florestas nem edifícios,
Quero concreto verde, e árvores de mármore.
Quero o caos!
Não quero a cura, quero a loucura.
Não quero uma aventura na vida,
Quero que a vida seja uma aventura.
Uma ventura!
Não quero vitória, não quero meu nome na história.
Quero o pára-choque do caminhão.
Quero a glória do sem-nome, sem-terra, sem-nada.
Sem-saída, certa ou errada.
Quero ir até o fim desta estrada.
Não quero bandeiras, quero o vermelho das veias.
Não quero um segundo, quero um milênio.
Não quero ordem e progresso, quero o país em recesso.
Não quero desejo, paixão e fogo, quero amor.
Não quero tua mão, quero uma canção.
Quero o canto do uirapuru!
Ao quero que teus olhos olhem (me olhem).
Quero que vejam (me vejam).
Não quero teu corpo, quero a alma.
Não te quero agora, quero a vida inteira.
Não quero que me ames, quero ser o ar que respiras.
Não quero querer, continuo querendo.

Ceres "Shao" Xisto