domingo, 24 de maio de 2009

Ainda sei... ainda posso...

Já caminhei por caminhos estranhos
Houve dias que não reconheci as estradas
Já troquei passos trôpedos e me apeguei a coisas tolas
Houve dias que tive certeza que era feliz
Já estive nesta rua, com um sorriso estampado no rosto
Houve dias que acreditei nas pessoas e nos sonhos
Já passei por esta esquina, com lágrimas nos olhos
Houve dias que chorei amargamente

Já caminhei por tantos caminhos
Houve tantos que nem posso contar
Já não reconheço meus passos
Houve passos outros que não os meus?
Já não sou eu mesma, mas já não me assusta não ser
Houve um tempo em que eu temia o nada
Já lutei bravamente e venci
Houve um tempo que a vitória era importante

Já contei os dias ansiosamente
Houve dias melhores dias piores
Já não preciso mais contar as horas, os dias, as semanas
O tempo existe sem que eu precise existir
Já não passo as noites em claro esperando o alvorecer
Ele vai estar lá mesmo que meus olhos não estejam abertos para vê-lo.
Já não preciso dos grilhões do cotidiano
Houve um tempo que eu era prisioneira dos meus sonhos

Hoje libertei-me deles, de quem eu fui dos caminhos que trilhei
E mesmo que a vida me tenha quebrado as asas
Eu ainda posso, eu ainda sei como voar

Ceres Xisto

quarta-feira, 20 de maio de 2009

† ACORDES FINAIS †

Abrirei meu coração pela ultima vez.
Para dizer a vocês.
Quão bom foi compartilhar minhas alegrias.
E minhas tristezas.

Abrirei pela ultima vez meus sentimentos.
Por que quero compartilhai-vos este desejo.
Não há mais com que me preocupar.
Não há mais pessoa s para se amar.

De coração partido.
Eu me despeço.
Foi bom em quanto durou.
Para aquele que sempre te amou.

Abrirei pela ultima vez o meu amor.
Por que causas tanta dor???
Meu amor por você não acabou.
Só se dispersou.
Acredito que ira voltar.
Pois assim eu irei esperar...


Carlos Sampaio Neto

sábado, 4 de abril de 2009

Assombradas que me assombram

Eu vejo a cena,
E é grotesca em sua realidade
Por mais absurda que a realidade pareça às vezes
Acontece todos os dias
Eu tento evitar
Mas todos os dias
Os olhos da minha mente encontram-se repletos dessas imagens
Eu procuro o som, o cheiro
Que possa traduzir o sentimento
Eu derrapo nas palavras, tropeço nos verbos
Simplesmente incapaz de trazer a verdade à luz do dia
É minha verdade e só minha
Se eu esconde-La de olhos estranhos
Talvez ela se torne mentira
Talvez deixe de existir e de me atormentar
Eu correria, eu fugiria dela, se pudesse
Eu fecharia as portas
Mas como podemos nos esconder
Das verdades que vivem dentro de nós?
São páginas obscuras
São versos secretos que apenas nossos olhos podem ler
São prisioneiras e nos aprisionam
São a chave para a liberdade
Mas são caminho para sofrimento e solidão
Permeada de medos e hesitação
Eu continuo vendo
E eu vejo toda a vez que eu fecho meus olhos a noite
Eu não sei mais o que é dormir
Não sei o que é sonhar
Só imagens... Assombradas que me assombram
Contemplativamente espero
Que uma brisa amena varra de mim esses pensamentos
E eu possa voltar a ser quem um dia fui.

Ceres Xisto

quinta-feira, 12 de março de 2009

Antídoto e o Veneno

Dei conta do tempo que temos
E temos tão pouco tempo pra sermos o que somos
E somos o que queremos?
Somos o antídoto e também o veneno?

É contra atacar o espelho
É partir ao meio todos os seus desejos
É não admitir os erros e ficar cego
É não permitir entrar um único conselho

“Tarde de mais” ainda não é o fim
E temos que esgotar todas as alternativas
Se não o que vivemos não se pode chamar de vida

Por um minuto eu pude estar onde eu quis
E se você perguntar, mesmo contra vontade, dirão que sim.
Eu venci, eu perdi.
Mas estive onde eu sempre quis...

Isso é real pra mim e uma lembrança morta
A mão que abriu, fecha agora à mesma porta.
E ao vestir a mascara vai embora
E quem mutilava essa ausência já não se importa

domingo, 8 de março de 2009

sexta-feira, 6 de março de 2009

Todas as razões que eu tenho é você

Você vai olhar pra trás quando ela se for?
Vai lembrar do que ela tanto queria e você não fez?
Por que dói até as boas lembranças?
Por que será essa a primeira e a ultima chance?

Eu consigo acreditar em tudo
Mas não em tudo que eu gostaria de acreditar
Você faria algo mesmo sem tempo?
Tentaria desesperadamente secar uma lagrima que ainda não caiu?

À noite eu me cobro isolado na escuridão
Eu não faria errado se eu não fizesse
E talvez o meu maior erro fosse acreditar
Que um dia fui capaz de fazer alguma coisa pra ajudar

Não, eu não posso deixar isso terminar assim.
Esse tempo insuficiente vai me servir
Antes tê-lo e apelar
Do que cair com a espada ainda pra embainhar

Eu fecho os olhos e peço que acredite em mim
A certeza não está ao meu lado
Todas as razões que eu tenho é você
Por que toda a minha esperança está Nele

Eu evito pensar no melhor
Tento não me descontrolar...
É difícil dizer que tudo vai acabar bem pra sempre
Por que era sempre você quem me dizia

“Que não havia diferença
E todos um dia vamos nos reencontrar”
“Que não seria fácil...
Quando for a hora de nos separar”

Mas até que a ultima palavra seja dada
Está aqui o meu maior apelo
Gravar em memória o maior dia da minha vida
O dia em que meu rosto implora por seu beijo...

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Cirurgia

Eu não posso continuar,
Sendo como eu sou,
Agindo como eu ajo,
Fazendo o que eu faço.
Eu não posso continuar

Eu não consigo segurar os ponteiros
E em meia hora as coisas voam
Eu jurei me conter
Mas os pedaços são pequenos de mais
Não da pra entender

Todos aqueles que nos compraram agora vendem
Copias baratas daquele sentimento estranho
E não poderemos impedi-los
É tarde de mais...

Você nunca esteve prestes a cair
E uma dor incontrolável penetra seus pulmões
Eu adoraria participar dessa cirurgia
Mas não agüento vê-la sofrendo tanto

Eu consigo te convencer que eu não sou tudo o que você pensa
Mas teria todos os motivos pra conquistar tudo o que tenho
E nessa irônica brincadeira da vida
Acabamos nos encontrando

Aramariam o maior barraco se a chuva assolasse as janelas
E eu adoraria participar dessa cirurgia
Mas de todas as coisas que mais detesto
É não ser o seu sofrimento

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Razao

Eu vou acabar sendo preso por isso
As leis não entendem, mas eu posso sentir.
Opinião de ninguém que só eu posso acreditar
Você chegou ao máximo e está longe do fim

É o tipo de coisa que eu prefiro evitar falar
Não por ser forte, mas pode abalar.
Os inocentes cansaram de ter seus sangues corridos
Vamos apagar o que aconteceu e recomeçar

Tudo o que é belo eu vou tomar de você
O que você antes tinha certeza, você começa a não ter mais.
O que você antes sonhava em ter, você começa a esquecer.
Eu não sou mau. Mas minhas vitórias me fazem parecer.

E tudo o que fizeram foi esperar
Eu estou morrendo aqui e não posso me rebelar
As armas estão ao meu favor
E você não poderá (dessa vez) escapar

Debaixo da terra

Eu sinto vontade no que faço
Eu minto e não ligo
Eu sou talvez a droga da realidade
Que invade sonhos

Eu não pretendo dormir
Por que a noite as coisas acontecem
Eu vou vomitar tudo isso em você
E não me importo se gostem

Eu vou te contar o por que eu não me importo
A morte é uma e não vamos levar amigos pro cemitério
Talvez estuprem meu corpo quando eu estiver podre
Eu não ligo pra lagrimas de remorso

Eu estou cansado de ouvir merdas de filhos das putas
Talvez isso acabe quando você engolir terra
Duas vezes
Duas vezes mortais morrem mais e mais

Duas vezes
Duas vezes mortais morrem mais e mais
E eu não paro de cantar
Duas vezes mortais morrem mais e mais

Cegos

Eu já perdi a conta
Do numero de cegos que encontrei
E todos eles me diziam
Que nem sempre seremos rei

Eu quero que se foda essa política toda
Eu não me preocupo com o que vem
Eu fico na minha de boa
Por que no final sempre acaba tudo bem

É sempre essa vontade de pintar com dor
As mentiras sobre a felicidade
Eu não me importo em me expor
Talvez a falsidade seja irmã da realidade

Continue escrevendo
Continue se expondo
E talvez ninguém te conheça
Eu não me importo em sentir mais do que a dor

Já está estampado
E eu estou tentando anunciar
Eu não caí ainda
E não vai ser você quem irá me derrubar

Talvez não faça sentido

Talvez não faça sentido
Mas ultimamente o sentido tem faltado
E não faz a mim tanta falta
Quanto o brilho de seus olhos

Eu me vejo tão perdido
E quero poder me segurar
Aqui a única coisa que me da segurança
É saber que com você eu ainda posso sonhar

Eu não sei qual o caminho que tomei
Nem me lembro se foi impulso ou não
Mas sei que não me fará mal
Por que você faz bem ao meu coração

Penetre em meus olhos
Como faz em meus sonhos
Traga sempre essa paz com você
Eu não sou igual aos outros...

Eu não posso pedir que venha comigo
Acredito que isso tenha que vir de você
Eu espero...
Assim como espero por você

É longo o deserto
Por onde meus pés caminham
E tão deserta é a vida
Onde nossos lábios se desencontram

A flecha

Você realmente deseja isso em mim
Eu posso provar em cada chute uma dose a mais de você
Pôde vir até aqui?
Sorte sua, eu não vou mais deixar você passar!

Eu precisei olhar duas vezes
Pra acreditar que sua mascara estava trincada
Não ponha a mão na consciência
É tudo tão mais fácil quando assumimos nossos erros, cara...

Você carrega tanto de mim
Que eu me pergunto se eu te verei no espelho
Foda-se
Isso são apenas pensamentos...

Eu sinto uma vontade tão grande em te violar
Eu sei os seus segredos
Mas a graça está em toda a agressividade que eu posso juntar
Vamos fazer disso um pedaço de nós mesmos?

Você sente a situação se desfazendo
Eu posso nos unir em tantos aspectos
Mas nenhum deles vai poder te conservar vivo
Escute isso!

Vários aspectos, vários sorrisos!
Somos tão hipócritas quanto puros
Somos isso, e o que você espera pro futuro...
Eu pedi uma amostra e acabei caindo aqui como uma flecha

Me devolva ao arco
Eu quero acertar algo melhor do que você
Me deixe ser um sonho
E talvez eu consiga traumatizar você