sábado, 31 de maio de 2008

Hipnose

Finalmente o poeta alcança o infinito, e toca-o
Finalmente ele alcança o impossível e abraça-o forte
No vislumbre do sonho que ameaça tornar-se real
Enquanto olham em seus olhos
Transformando tudo em borrão e em poeira
Aniquilando as demais sensações e sentimentos
Veste o poeta, imperceptivelmente, irremediavelmente então
aquele sorriso estúpido
impossível de varrer dos lábios
Sente-se avassalado por este incomensurável assombro
Estarrecido no apenas observar...
Não encontra as palavras para descrever
e quando as encontra
Elas esmaecem em segundos
e novamente se perdem
Enquanto também ele se perde na contemplação
Não pode explicar
E o poeta vê-se emaranhado
Falto de suas companheiras, as palavras
Falto de expressões
De seu talento mais caro, roubado
De seu esmerado orgulho, despojado
Só o que existe agora é...
a respiração em suspenso
A falta total e completa de controle
a melíflua hipnose.

Ceres Xisto.

PARA QUE SEGREDOS?

Com a minha vida se indo.
Meu coração esta se partindo.
As contrações estão constantes.
Parecendo diamantes.

Você é linda.
Como um raio de luz.
Como você me seduz.
Você me anima.

É como uma droga.
Só que vivo em abstinência.
Necessito-te...

Chaga a ser uma rotina.
Tão maldita.
Que fico me agonia.

A cada minuto.
A cada segundo.
A cada milésimo.
Sinto-me mais aflito.

Na tua presença.
O mundo para.
O tempo para.
Menos o meu coração...

Carlos S. Neto

quarta-feira, 28 de maio de 2008

FÁBULA

Eu sou a estranha entre os mundos.
De estranhas atitudes e pensamentos.
Do estranho lago de sombras ergui-me.

Sou a rainha da estranha montanha de gelo.

Dona de um coração gelado.

E de gélidos pensamentos.

Atravessei a estranha floresta,

Que fica além do meu reino.

A floresta de negros troncos.

Para até aqui chegar.

Em minas prateadas asas,

Carrego mais perguntas que respostas.

Soltei meus cabelos ao vento norte,

Voltei meu rosto para o sul.

Acordei o sol aos sussurros.

Na hora exata em que chegava a alvorada.

Volto ao lago negro de tristezas.

Volto ao gélido castelo.

Volto e vivo entre os mundos.

Sou a estranha figura.

Leia-me em meu estranho sorriso.


Ceres Xisto

ESBOÇOS

Por mais que cerrasse os dentes,
Não conseguia reter o choro.
A dor que transforma em lágrimas.
Derrama-se em saudades.
Um nunca encontrar.
A vida em um olhar.
A vida de um olhar.
Infinitos desencontros.
E velas ao vento.
Contrários ventos que afastam.
Dolorida despedida.
Meu porto. Navio Perdido.
Os ventos em ondas.
Vendavais nas ondas.
Mistura areia e sangue.
Suor e lágrima.
A possibilidade dos sonhos.
O coração rachou na despedida.
Ânsias tênues como fragrâncias.
Orvalho, pétalas.
Montanhas enfeitadas de cores.
A loucura não tem leme, não tem norte.
A vida é só esperança e nada mais.
O botão que não chega a abrir.

Ceres Xisto

OLHOS NOTURNOS NO ESPELHO

Faíscas fugidias de um raio de luz,
Iluminam os terríveis olhos que miro no espelho.
Procuro não pestanejar.
Não temer, não hesitar.
A noite já percorreu metade de seu caminho,
Rumo ao alvorecer.
Estou novamente desconfortável.
Atrás das pesadas cortinas
De negro veludo que se abrem sem rumor.
Meu caminho parece por demais longo.
Não iniciado e infrutífero.

Ceres Xisto

A LINHA

Eu sou a linha,
Que aponta e alinha.
A linha que corre e desfia.
Que fixa a ponta e segue sozinha.
Que sobe desce e rodopia.
Que limita e imita.
Que sai do triângulo, entra no círculo,
E se perde no quadrado.
Linha de mil cores,
Sem amado ou mil amores.
Segurando a ponta da rima
Num entra e sai sem fim, sem trégua.
Sou a linha pintada no quadro.
A linha que simboliza (sem ser simbolista).
Sou linha romântica (sem ser romancista).
Sou a linha sem ética na poética da poesia.
Sou, fui e com certeza serei.
Que transito, me subordino.
Brincadeira de verbos.
Eu me sujeito, me abjeto em objeto,
Direto ou indireto.
Sou aquela linha, infinita na geometria,
Feita de pontos.
Sou a linha que traça o rumo dos contos.
Que sobe e desce pelos tecidos.
Sou a que não foi, mas poderia ter sido.
Sou imaginária entre as fronteiras.
Determino os limites, do ser, do não ser,
E de todas as suas questões.
Sou sinuosa nas ladeiras.
Sou o sobe e desce íngreme das cordilheiras.
Todos os ângulos e mais um...
Aquele que você esqueceu de olhar.
Sou o reto das avenidas.
A linha reta do coração que se esqueceu de pulsar.
Sou o fio do telefone.
Sou o que no meio da noite velo.
Sou o fio daquele novelo,
Do gatinho cor de marmelo.
Sou o fio de linha amarelo.
Sou o laço que ata tanta gente.
Sou a veia onde corre o sangue.
Linha quente e sinuosa.
Sou a vida por um fio,
Que me escrevo em linhas tortas.
Sou o batente de todas as portas.
Sou o fio de vida que corre,
Dos dedos dos pés aos das mãos.
Sou a linha branquinha que faz arfar o coração,
Das mãos que empinam a pipa,
Que faz seu balé no vento.
Sou a linha colorida do cata-vento.
Sou o barbante enrolado no pião.
Sou o laço que prende a trança da menina.
Sou quem fez o vestido da boneca.
Sou também linha férrea.
A negra linha do metrô, que vou e volto.
Por caminhos ora retos, ora curvos.
Subo, desço, me escondo no túnel.
Deixo os vagões escorregarem por mim.
Sou também linha de aço.
A linha de arame (às vezes farpado).
Eu me enrosco e crio cercas.
Crio grades, muros altos.
Que separam, apartam, estigmatizam.
Eu era a linha do desenho.
Agora sou a linha do pensamento.
Que subo, desço, entro, saio e me perco.
Que volto atrás para poder seguir em frente.
Sou a rima sem ritmo que entra e sai de cena.
Sou a linha do papel onde dança o poema.


Ceres Xisto

domingo, 25 de maio de 2008

Eu Sou

O mundo é torpe em suas vilanias
As pessoas são pequenas e fracas
São vãs, efêmeras e absurdas
Elas choram, se rasgam, se desesperam
Ante o inevitável
Eu não sou tão forte,
eu sei que às vezes também choro,
Mas ante o inevitável
Diante de males incomensuráveis
Quando a desesperança se apresenta
Eu luto
Muitas vezes com lágrimas nos olhos
Muitas vezes prendendo o choro
Muitas vezes a voz embargada
Procurando as palavras
Escolhendo as sentenças
Escondendo meu coração atrás das frases duras
Mas eu luto,
cerro os dentes, respiro fundo
E lanço-me adiante, à batalha
Não é a vida em si uma guerra?
Não se trata apenas
Dia após dia, de sobrevivência
Mas eu tento levantar mais forte a cada dia
Não posso me entregar
Não posso esmorecer...
Eu imagino, eu sonho
Eu escrevo e com meus versos eu transformo
Transformo minha dor em força
Eu imagino e então... sou!
Sou mais forte que a maioria das pessoas
Eu sou o dragão...
Eu não olho o mundo do baixo
Eu observo a tudo do alto
Estendo minhas asas e elas alcançam o infinito
Rasgam os céus, derrubam as estrelas
Eu respiro e meu hálito é fogo
E de fogo são as palavras que profiro
Eu transformo as coisas então tudo é possivel...
Todo mundo está aos meus pés...
Logo alí ao meu alcance...
E eu não tenho mais medo do mundo
Eu sou a força transformadora e o destino é meu escravo

Ceres Xisto

Janelas e quartos da mente

Estamos em cima de um piso trincado
Andando em cascas de ovos
Pra não sermos encontrados
Falando sobre o que sabemos, e pensamos.

Estamos cobrindo com a maquiagem que nos foi dada
Fingindo que gostamos disso tudo
De caras amarradas
Engolindo como água, as lanças em brasa.

Vivemos escondidos
Por mascaras da sociedade
Engolindo nossas opiniões
Fingindo sermos cegos, não apontando os vilões.

Eu sinto em mim uma perda
Das coisas que não consigo me lembrar
Eu não dei tanta atenção no começo
Mas hoje começam a importar

Decidi não fazer mais nada direito
Por que talvez o erro esteja ai
Hoje eu posso dizer que vivi minhas 24 horas
E não digo que me arrependi

As janelas começam a se fechar
Eu vejo o ultimo raio solar acenando
Mas eu sei que não é pra sempre
E talvez eu ainda esteja sonhando

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Coadjuvante sem historia


Fede o que você vem tentando fazer
Por tanto tempo você vive e não pode se reconhecer
Vê em mim uma saída pra tudo
Eu já cansei disso... Vá se foder!

Se rebatendo em pedaços quebrados
De atitudes já tomadas
Você lambe meu passado como se fossem feridas abertas
E tampa tudo com a velha desculpa de merda

Eu pensei que fosse por um tempo
“Saia de mim, não tente ser o que você não é.”
Eu cansei de ler isso nas suas coisas
Mas sempre via um espelho em seu rosto

Tudo continua jogado
E é ridículo você tentar provar o contrário
Por que tudo o que você faz, lembra meu passado.
Eu penso se você se engana ou se continuo fingindo ser enganado?

Você não passa de um merda
E talvez tudo isso vá fazer você pensar
Sangue suga é foda
Coadjuvante sem historia!

Eu não quero mais pensar nisso
Enjoa-me, e da ânsia.
Não me olhe como uma prostituta se vendendo
Eu não tenho pena do que me estranha

Eu não tenho culpa se você vive nas minhas sombras
Se alimenta da minha historia e não tem gloria
Eu devo ter pena de você?
Coadjuvante sem história!

E não será assim que um herói morrerá


Eu quero poder me importar
Mas é estranho como as coisas se afastam
E é uma luta só pra poder continuar
Comece a sonhar...

São as pequenas letras que se escondem
E que não damos atenção
Mas são estas que fazem diferença
Quando tratamos do coração

Espero estar jogando a coisa certa fora
Eu odiaria me olhar no espelho e sentir vergonha
Do passado que me empurrou
E eu não quis dar passagem

Você sente que perderá
E que não durará por muito tempo
Mas mesmo assim você se senta
E deixa seus braços cruzados por medo

Você não se cansa?
Eu queria poder te perguntar
Mas o tempo é pequeno de mais pra quem se preocupa
E o pra sempre se tornou vergonhoso de mais pra se acreditar

Você gostaria de lutar
Mas se sente preso
Pelas palavras e pensamentos antigos
E do mundo, você se aderiu aos vícios.

E não será assim que um herói morrerá
Eu posso estar trincado agora
Mas daqui a pouco eu vou me levantar
E estarei lá mais uma vez pra te salvar

O que eles querem?

Querem que eu seja como todos
Mas todos são covardes de mais
Querem que eu seja como todos
Mas todos são iguais de mais

Eu não tenho medo de morrer
Eu não quero, mas não me importo.
Prefiro ser excluído
Não me compare com todos

Querem que eu seja como todos
Mas todos são medrosos
E não lutam pelo o que mais querem
Temem a dor, e pesadelos perigosos.

Querem que eu seja como todos
Querem que eu seja como você
Querem tanto isso
Que não sei por que fui nascer

Tome, faça disso o seu troféu
Merda nenhuma aqui pra mim tem valor
Eu desisto
Onde posso vender todo o meu amor?

Eu renuncio a vida
E quero vender meu corpo
Eu vejo tanta força de vontade
Sendo jogadas ao fogo


domingo, 18 de maio de 2008

Requem
Sangue sumo...
Está consumado
Sangue, sedoso...
Está selado
Sangue, sangrento...
Você tem que estar sempre atento
Para que não esteja acabado
Sangue, puro...
Está purificado
Sangue, sujo...
Está sujeito a acabar em um tumulo negro

Carlos Sampaio Neto

sábado, 17 de maio de 2008

A Torre

Do alto da minha tristeza
Uma torre escura que ergueu-se dentro de mim
Eu observo o tempo passar implacável,
Devastando os amores
Envelhecendo, adoencendo as pesspas
E eu choro

Do alto da minha tristeza
Da torre fria envolta na neblia
Minha alma observa o poder do mundo
e a destruição dos sonhos.
E ela dói, mas não dói sozinha
A dor agora é física também
Minhas entranhas se contorcem
Meu semblante esmaece
E as pessoas no mundo percebem
Então me afasto da janela e choro

Do alto da minha tristeza
Da minha torre de mármore e de segredos
Eu apenas observo sem tomar parte
Tanto eu quis... não sei se ainda quero
Nunca foi o que sonhara nem será
E por não pertencer
Longamente eu choro

É noite, é silêncio dentro da torre
É confusão dentro de mim
E eu choro mas as lágrimas
Não chegam aos meus olhos
Elas escorrem elas escorrem para dentro de mim
Represando as tristezas
Aprisionando minha alma

Ceres Xisto

sexta-feira, 16 de maio de 2008

VOCÊ

Deitado estou.
Pensando em ti estou.
Olha como eu sou.

Você é linda.
minha esposa.
Esta sozinha.

Uma hora.
Eu vou chegar.
É só me aguardar.

Vou fazer aquilo tudo que lhe prometi.
Só para ti.
A minha dor não acabou.
Apenas aumentou.

A agonia esta crescendo.
Parece que estou perecendo.
Nada mais me interessa.
Só você me resta.

Ai ai ai aaaaaaaiiiiiiiiiii!
É a dor que esta vindo.
E esta me partindo.

Deitar-me-ei.
E dormirei.
E sonharei.
Contigo.
Para que a dor diminua...

sábado, 10 de maio de 2008

Tudo Aquilo que Nos Atrevermos a Sonhar

Varre-me a noite, como um vendaval de trevas
Eu nada ouço, nada sei
As vozes sábias calam, enquanto as tolas falam
Andávamos perdidos você e eu
O mundo era azul e flutuava
no negrume intergaláctico do universo
As palavras são grilhões amor,
Por isso não digo o que eu sinto.
Os meus sonhos te libertam,
Mas apenas eu sei, você não sabe.
Já é hora do sol nascer, mas ele inssite em dormir.
Já é hora de eu te dizer,
Mas ainda não sei com quais palavras.
Despertei de um sono incômodo
Que inssistia em me roubar os pensamentos.
Os seus olhos eram azuis e flutuavam,
No negrume infinito daquela dúvida.
Nesta mesa, nesa sala, nesta casa...
Neste imenso prédio eu me pergunto,
e pareço ser a única a fazê-lo.
Haverá um final feliz
Para este contemporâneo conto de fadas que vivemos?
Ou apenas despertaremos todas as manhãs
e descobriremos atônitos
Que há apenas a realidade incolor
e as cinzas cidades onde vivemos.
O meu sonho era azul e flutuava,
No negrume finito da noite.
A realidade possui grilhões amor
Por isso não desperto, não ainda...
Não enquanto houver noite
E adormeço também durante o dia nesta cidade incolor
Despertos, estamos adormecidos a caminhar
E vivemos e viveremos tudo aquilo
Que nos atravermos a sonhar

Ceres Xisto

Doce veneno

Estou me acabando com isso
Meu mundo é um lixo
Onde minha deusa despeja todas as impurezas nesta merda que sou!!!

Estou me acabando por dentro
Como se fosse formado de vento

Minha deusa eu clamo por ti
Esperando uma salvação
Mas encontro me com a solidão
Seus lábios são quentes encosto no meu rosto friu
Você chega ser hostil

É esse o mal que tenho
Com esse veneno...

terça-feira, 6 de maio de 2008

Coadjuvante sem historia


Fede o que você vem tentando fazer
Por tanto tempo você vive e não pode se reconhecer
Vê em mim uma saída pra tudo
Eu já cansei disso... Vá se foder!

Se rebatendo em pedaços quebrados
De atitudes já tomadas
Você lambe meu passado como feridas abertas
E tampa tudo com a velha desculpa de merda

Eu pensei que fosse por um tempo
“Saia de mim, não tente ser o que você não é.”
Eu cansei de ler isso nas suas coisas
Mas sempre via um espelho em seu rosto

Tudo continua jogado
E é ridículo você tentar provar o contrário
Por que tudo o que você faz, lembra meu passado.
Eu penso se você se engana ou se continuo fingindo ser enganado?

Você não passa de um merda
E talvez tudo isso vá fazer você pensar
Sangue suga é foda
Coadjuvante sem historia!

Eu não quero mais pensar nisso
Enjoa-me, e da ânsia.
Não me olhe como uma prostituta se vendendo
Eu não tenho pena do que me estranha

Eu não tenho culpa se você vive nas minhas sombras
Se alimenta da minha historia e não tem gloria
Eu devo ter pena de você?
Coadjuvante sem história!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Renascer

Renasce das cinzas meu poema, como a fênix
Renasce e revela ao mundo as suas cores
mesmo que sejam elas assim mesmo
monocromáticas e sem graça
mesmo que não tenham dourado,
mesmo que da fênix mesmo
só tenha sobrado o pó

Mas recubra-se de verdade
sem absolutismos e sem soberba
mas também sem falsa modéstia e fingida humildade
seja apenas o que é...
sem temer ser
sem desrespeitar ninguém
principalmente a si mesmo

Sem sorrisos rasgados com certeza...
talvez um luzir apenas... de relance
Uma leve insunuação de alegria nos lábios

Sem mistérios profundos ou segredos profanos
Mas sem desvendar-se por inteiro porque...
teus mistérios encantam
eu sei...

Renascem do pó, das cinzas minhas palavras...
Como labirinto guiem meus passos
Incertezas... questionamentos...
Planos vagos...

Renascendo em mim...
o que eu nem lembrava existir...
Procurando encontrar,
algo ainda não perdido, algo ainda não possuído

Fortuitamente estendo os braços
Na esperança vaga de que
possa estar em meus versos
As perguntas que não ouso ou não sei fazer
e as respostas que um dia...
espero encontrar
quando por fim
renascer em mim
a coragem de sofre e a vontade de sonhar

Ceres Xisto

Um instante

Surge minha alma, solta na gélida brisa
Surge solitária pouco antes da alvorada
Não houve sonhos nesta longa noite
Nada foi meu por muito tempo
Nada mais que o necessário
O céu nublado me impediram
Ironia,
De ver o sol triunfante no céu
Mas não puderam esconder sua luz
As pessoas na calçada, são vazias
Meus pertences na prateleira,
Não são meus de fato
São objetos emprestados pela vida
Não sei dizer o exato momento
Em que tudo foi completo,
Tudo foi exato
Talvez tenha sido no momento preciso
Em que o silêncio reinou absoluto
Eu quiz fechar os olhos
Numa prece silenciosa
De agradecimento e súplica
Mas o instante rompeu-se e se foi
Tão depressa e sorrateiramente
Quanto surgira...

Ceres Xisto

domingo, 4 de maio de 2008

Laços de Outrora

Estou me perdendo lentamente nas curvas do destino
Ora sem querer, ora propositadamente
Ora me esqueço, ora prefiro não lembrar
Perdendo-me dos laços que me atavam outrora
Perdendo meus passos por ruas desconhecidas
Feitas de riso, de lágrimas
De prazer e dor
Não olhos mais para trás, para minhas pegadas na areia
Não guardo mais suas formas, suas saudades
Não mais anseio retornar
Tantas e tantos ficaram para trás
Alguns não posso mais resgatar
Outros realmente não quero
Poucos, durarão ainda uma eternidade
Destes, uns não quero perder
O restante eu não posso esquecer
Minhas mãos, meus pés
Minhas palavras e meus passos
Não são mais os mesmos
Me levam adiante agora
Mais adiante que antes julgava poder chegar
Mas ainda não tão longe quanto sonhei
Não tão longe quanto sei
Que ainda irei

Ceres Xisto

Voar nas asas de um dragão

Meu coração é feito de farpas
Pedaços rasgados trucidados
Pela eloquente verdade das minhas palavras.
Minhas ruas, meus caminhos.
Minha vida segue além
Calem-se as vozes estúpidas
Os olhos cerrados às vontades alheias
Afastem-se de mim aves de rapina.
Não me tomem ainda por carcaça,
Não ainda
Há vida neste peito
Há alma neste corpo
e força, muito força nesta mente pensante.
Erguer-me-ei nas asas rufantes de um dragão
Acima da cabeça dos meus inimigos
Num expiro flamejante devolverei os insultos
Devolve-los-ei com o rufanar das minhas vitórias.
Ver-me-ão flutuando altivamente
Fora do seu alcance
Nas asas de um dragão flamejante

Ceres Xisto

sábado, 3 de maio de 2008

PRELUDIO

ao anoitecer.
a tristeza vem me comover.
me escondo numa felicidade ilusoria.
a espera da minha tristeza.
como anjo seifeiro.
arrancando-me minha felicidade e trazendo-me sofrimento.

um anjo de negras assas.
banido do paraiso.
trazendo-me desgraças.
levando tudo que tenho.

minha procura pela felicidade é em vão.
só me traz uma terrivel depressão.
oh que grande maldição.
sofro desta porra de coração.

minha alma chora pelos cantos.
aprocura de abrigos.
que conforte meu coração faminto.
do desejo.

a lua esta a brilhar.
me lembra o seu olhar.
e logo começo a sonhar.
como seria bom amar.

mas é só ilusão.
engano e contradição.
por um amor clama meu coração.
e minha alma por um perdão...