domingo, 22 de junho de 2008

Solitários

Varre a madrugada o vento
e o orvalho noturno cai gelado sob o topo dos prédios
deixando tudo mais cinza e mais nublado
Sei que parece estranho, mas eu posso ouvir ressoantes
as batidas de diversos corações, ecoando noite andentro
corações solitários... diversos... ímpares... isolados
São tantos, tantos... e eu me pergunto
Se nesse mar de solidão em que navegam
Não poderiam eles encontrar outros
corações solitários... diversos... ímpares... isolados
que então... pulsando uníssonos deixariam de ser assim tão sós
Deixariam de tristemente contemplar a madrugada
de assistir ao vendo varrendo a madrugada
e o orvalho noturno cair gelado sob o topo dos prédios.
Sei que pode soar estranho
Mas o mundo é tão grande, tão grande...
Que me parece impossível que não exista
vagando na imensidão das possibilidades
um para para cada um desses corações
que hoje eu apenas vejo bater assim tão
solitários

Ceres Xisto

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