sábado, 31 de maio de 2008

Hipnose

Finalmente o poeta alcança o infinito, e toca-o
Finalmente ele alcança o impossível e abraça-o forte
No vislumbre do sonho que ameaça tornar-se real
Enquanto olham em seus olhos
Transformando tudo em borrão e em poeira
Aniquilando as demais sensações e sentimentos
Veste o poeta, imperceptivelmente, irremediavelmente então
aquele sorriso estúpido
impossível de varrer dos lábios
Sente-se avassalado por este incomensurável assombro
Estarrecido no apenas observar...
Não encontra as palavras para descrever
e quando as encontra
Elas esmaecem em segundos
e novamente se perdem
Enquanto também ele se perde na contemplação
Não pode explicar
E o poeta vê-se emaranhado
Falto de suas companheiras, as palavras
Falto de expressões
De seu talento mais caro, roubado
De seu esmerado orgulho, despojado
Só o que existe agora é...
a respiração em suspenso
A falta total e completa de controle
a melíflua hipnose.

Ceres Xisto.

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